18 de agosto de 2022
ENCOSTA DA BENJAMIM BATISTA É NON AEDIFICANDI

Esta semana, moradores do entorno da rua Benjamim Batista presenciaram uma importante movimentação de pessoas na encosta da mesma. Preocupada com a possibilidade de que o atual prefeito Eduardo Paes estivesse considerando derrubar o decreto que tornou a área non aedificandi, a AMAJB acompanhou a vistoria do terreno, ao lado de peritos, geólogos, engenheiros ambientais e técnicos da Comlurb. O foco da visita era verificar a situação geológica do terreno, fazer um levantamento arbóreo e avaliação econômica do terreno. A justificativa era responder ao processo de indenização movido pelo proprietário de oito lotes, que alega ter deixado de construir um enorme condomínio no local.

– A movimentação no terreno não se refere a qualquer possibilidade de construção. Trata-se apenas de uma discussão indenizatória. Ainda não temos o laudo, mas, espero que, sendo acrescentada ao processo como interessada, a AMAJB seja informada – esclareceu Vera Maurity, 1ª Secretária da AMAJB.

Foto do perito Gustavo Santamaria durante vistoria do terreno.

Entenda a questão

Desde 1972, os moradores do Jardim Botânico lutam contra construções no terreno de oito lotes, de cerca de 1800 m2 cada, totalizando, aproximadamente, 14.400 m2 ao longo do lado par da rua Benjamim Batista, na encosta do Corcovado. Naquela década, o Conselho de Planejamento Urbano vetou o projeto de construção de cinco blocos de 20 andares apresentado pela Carteira Hipotecária e Imobiliária do Clube Militar. Nos anos 1980, a Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico investigou o histórico do local desde a década de 1930 e passou a denunciar o perigo que a construção na encosta representa para os moradores das adjacências. Em 1984, a AMAJB apresentou um laudo técnico, a pedido da Prefeitura, como forma de comprovar a legitimidade das suas teses: a estabilidade da encosta é extremamente precária e os estudos geológico-geotécnicos para as obras de contenção até então apresentados são insuficientes.

Em agosto de 1987, a AMAJB foi informada de que havia chegado à Superintendência da Geotécnica um novo projeto para uma construção no terreno, desta vez do proprietário Paulino Campos Basto. Diante da nova ameaça de construção, a AMAJB entregou ao então Secretário Municipal de Obras, Luiz Paulo Correa da Rocha, um dossiê contendo todas as informações sobre a encosta. A área compreendida entre os lotes 1 a 8 do PAL 33049 e pelo lote 1 do PAL 30077, situados do lado par da Rua Benjamim Batista, foi considerada non aedificandi em 30 de novembro de 1989, por decreto do Prefeito Marcelo Alencar. No ano seguinte, o Projeto de Lei 533 foi votado e sancionado pelo Prefeito. Por erro ou distração, o lote 1 do PAL 30077 ficou fora da lei e somente 11 anos depois passou a ser considerado também non aedificandi pela lei no 3191.

Para mais detalhes sobre o caso, consulte o artigo completo do morador Gilson Dimenstein Koatz, no site da AMAJB.

2 Comentários

  1. Vera Maurity

    Excelente relato!
    Informações precisas demonstrando, mais uma vez, a seriedade com que o JB em Folhas trata as questões do nosso bairro. Parabéns!

    Responder
    • JB em Folhas

      Muito obrigada, Vera. Qualquer novidade, avise-nos.

      Responder

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

TEATRO NO PALCO DO ESPAÇO SÉRGIO PORTO 

TEATRO NO PALCO DO ESPAÇO SÉRGIO PORTO 

Espetáculo “Aqueles que deixam Omelas”, da renomada autora americana Ursula K Le Guin estreia dia 29 de novembro, no Espaço Municipal Sérgio Porto/Sala Preta