Moradora da Gávea há quase 30 anos, a produtora Carla Esmeralda é idealizadora e curadora do Rio2C, maior evento de criatividade e inovação da América Latina. Este ano, o desafio de manter o compromisso de realizar um evento atraente e agregador foi ainda maior, devido à pandemia do COVID-19. A inventividade e resiliência de quem criou também o laboratório de roteiristas Novas Histórias e o Festival Internacional de Cinema Infantil foi fundamental para adaptar o Rio2C à nova realidade e torná-lo totalmente digital, com conferências e reuniões virtuais, ratificando a nova ordem mundial: ficar em casa e conectados!
Para Carla, a nova regra não chega a ser difícil de ser cumprida. Boa parte de seu trabalho é concebido, desenvolvido e articulado no que ela chama de “bolha”, incluindo sua casa, sua produtora Copabacana Filmes e, em tempos normais, as ruas, os vizinhos e os inúmeros “escritórios” do bairro disfarçados de restaurante, do tradicional Guimas ao Talho Capixaba, passando pela simpática Da Casa da Táta.
Natural de Volta Redonda, Carla diz sentir-se segura na região, definida por ela como “um caldeirão de criatividade, que transpira cinema”. Como não tem carro, ela anda bastante a pé e, quando pode ir mais longe, vai de ônibus ou de metrô: “Muito triste que a estação Gávea não tenha saído do papel”, lamenta a curadora, que, mesmo antes da pandemia, costumava fazer encomendas do restaurante japonês Origami e comer assistindo novelas. Quando tudo isso passar – e vai passar –, Carla já sabe o que vai fazer:
Carla Esmeralda
“Mesmo nas maiores adversidades, a cultura não morre. Pretendo bater ponto na recém-inaugurada Janela Livraria, voltar a frequentar as salas dos cinemas Estação Net Gávea e Espaço Itaú de Cinema, visitar as exposições do Instituto Moreira Salles, assistir a peças do teatro Poeira e passear no Jardim Botânico, ritual semanal do qual sinto muita falta.”
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