A multifacetada artista Fernanda Young, conhecida por sua irreverência e visão única, é tema central de um documentário recém-lançado, “Fernanda Young: Foge-me ao Controle”, dirigido por Susanna Lira, e de seu livro póstumo, “Chatices do Amor”, pela Editora Record. Os lançamentos marcam os 5 anos de morte da apresentadora, em 25 de agosto de 2019, e resgatam diferentes aspectos de sua vida e obra, mantendo viva a memória de uma das mais provocativas escritoras e roteiristas brasileiras

Em cartaz nos cinemas,, Fernanda Young: Foge-me ao Controle, mergulha nas diversas facetas da artista, tanto no campo profissional quanto no pessoal. O filme utiliza uma rica combinação de imagens de arquivo, entrevistas com familiares e amigos. A obra valoriza a porção escritora da artista, que, publicou 15 livros. Estão lá também suas lutas internas e sua constante busca pela autenticidade. O documentário toca em momentos delicados de sua vida, revisitando a vulnerabilidade de uma artista que sempre usou a arte como ferramenta para expressar suas angústias e paixões.

– O filme mergulha neste lado literário dela, que pouca gente conhece. Fernanda se ressentia por não ser reconhecida como escritora, e foi uma voz sobre o feminismo em uma época que o assunto era pouco abordado”, conta a diretora que divide com Marcella Tovar o argumento. O documentário tem roteiro final de Clara Eyer e Ítalo Rocha, que também assinam a pesquisa de conteúdo; e roteiro de Beto e Bruno Passeri. “Fernanda Young – Foge-me ao Controle” é um filme da Modo Operante Produções, em coprodução com o canal GNT.

Já “Chatices do Amor”, revela outro lado da escritora: a Fernanda que transborda através das palavras. A obra reúne trechos inéditos de dois romances inacabados que exploram o tema do amor, elemento central na produção literária de Young. No primeiro romance, Fernanda nos apresenta Anna e André, um casal de amantes cujos encontros e desencontros em Paris estão marcados por amor, traição e frustração. Em uma trama onde a depressão e os desejos não realizados se entrelaçam, a autora explora os paradoxos dos relacionamentos, refletindo sua habilidade de descrever a complexidade emocional com um toque irônico e cruel.

A segunda parte do livro revela um projeto mais íntimo, com  reflexões que Fernanda escrevia como uma espécie de exercício terapêutico proposto por sua analista. Nesses textos, ela explora temas como superação, liberdade e família, quase como em um diário pessoal. A obra expressa, em cada página, o amor que Fernanda tinha pela vida e pela arte, mantendo seu tom mordaz, provocador e apaixonado até o fim.

Tanto o livro quanto o documentário mostram a essência de Fernanda Young: uma artista que transcende os limites do tempo, trazendo uma visão irônica, intensa e cheia de vida para tudo o que fazia. “Chatices do Amor” reafirma que, mesmo após sua partida, a autora continua a viver através de suas palavras, enquanto o filme oferece um tributo visual à sua alma inquieta e criativa. Juntos, eles proporcionam uma visão profunda e emocionante de uma mulher que fez da arte seu propósito maior. Não importa a ordem, leia o livro e assista o filme. 

Chatices do Amor

Livro póstumo Fernanda Young

Editora Record 

88 páginas

R$ 54,90