Texto e fotos: Vinicius Camões Belivaqua

A exposição “Cosmologias e Cosmopolíticas Afropindorâmicas”, idealizada por Alan Alves Brito, professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em cartaz, por tempo indeterminado, no Planetário do Rio, tem como objetivo principal iluminar as conexões entre o céu e a terra sob a perspectiva das comunidades indígenas e afro-brasileiras. Para a astrônoma e curadora do projeto, Flávia Pedroza, o intuito é valorizar a diversidade de cultura desses povos:

“Se não fizermos isso, perdemos esse conhecimento, e não o transmitimos para as futuras gerações”, explica Flávia.

O enfoque geral da exposição é dar luz à perspectiva dos povos indígenas e africanos sobre a natureza. No centro da mostra está em destaque o conhecimento milenar das populações nativas, como constelações – e suas teorias – e orixás, que unem o plano carnal ao espiritual. Nos painéis ao redor, as narrativas dos saberes e das tradições são exploradas a fundo, estabelecendo vínculos diretos com os elementos ao centro. Nomes importantes das culturas são homenageados, como o da vereadora e socióloga Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, e Nêgo Bispo, pensador quilombola.

A acessibilidade para pessoas com deficiência visual é um dos pilares da exibição. Flávia Pedroza explica que, além dos materiais táteis para as constelações feitas em alto-relevo, toda a ambientação conta com recursos em braile, desenvolvidas por meio de impressão 3D.

SERVIÇO
Cosmologias e Cosmopolíticas Afropindorâmicas
Planetário do Rio
Rua Vice-Governador Rúbens Berardo, 100 – Gávea
Horário: de terça a domingo, das 10h às 17h
Ingresso: R$20 e R$10 (meia entrada). Na terça a entrada é gratuita.