17 de setembro de 2020
MARCIA QUINTELA

Marcia Quintela é a atual cara do JBRJ, ou ao menos dos produtos vendidos na lojinha da Associação de Amigos do Jardim Botânico, localizada no Centro de Visitantes do parque. A designer mora no Humaitá há 20 anos e captou a alma do parque e da região como ninguém.

Em 2014, Marcia foi contratada pela AAJB para criar uma estampa para uma camiseta masculina. A aprovação foi geral e logo ela passou a criar estampas para coleções femininas e infantis, além de ecobags e inúmeros outros objetos, como canecas, bandejas, cadernos moleskines, lápis e até sandálias de dedo. Os produtos mais vendidos, porém, são os lenços, para os quais Marcia cria uma nova estampa pelo menos uma vez por ano. O carro-chefe é o da foto abaixo.

– As vendas on-line não deram o mesmo retorno da loja física, que fica em localização estratégica, junto à entrada do arboreto. Todo mundo que vai ao Jardim Botânico acaba entrando e comprando alguma coisa. Com a pandemia, tudo foi suspenso e ainda não sei se poderei desenvolver um kit especial para o Natal, como em anos anteriores – observa ela, que havia começado a desenhar e a escolher a paleta de cores para novas canecas.

Graduada em Programação Visual e com Pós-Graduação em Design de Moda pelo SENAI-CETIQT, Marcia sempre gostou de desenhar: “Adoro pesquisar e desenvolver estampas exclusivas, coleções de moda e linhas de objetos para casa”, conta ela que, em 2017 e 2019, coordenou, junto com a equipe do Sítio Roberto Burle Marx, a criação de novos produtos para a loja da instituição a partir das estampas do próprio artista e paisagista.

Marcia adora botânica e paisagens naturais. Chegou a fazer um curso de aquarelas botânicas, em Brasília, com o francês Vincent Jeannerot, além do curso de Ilustração Botânica, da Escola Nacional de Botânica Tropical, localizada no Solar da Imperatriz, no Horto, no qual aprendeu a técnica de bico de pena (nanquim).

O ano era para ser bem agitado. Entretanto, como teve problemas respiratórios na infância, Marcia cumpre uma rígida quarentena e quase não tem saído de casa. Até suas aulas de aquarela – particulares e em escolas – passaram para o universo virtual: “Estou 100% home office”, avisa, sem esconder a saudade de ir para a rua, nem que seja para tomar café no Café Botânica ou comprar pãezinhos de queijo com tapioca no Farinha Pura, ambos pertinho de sua casa.

Para ela, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro é hors concours no quesito beleza e inspiração. Contudo, a região possui outros atrativos, como o Parque Lage e o próprio bairro do Humaitá, com suas ruas e ladeiras pitorescas e arborizadas, além de casas antigas, que contrastam com prédios modernistas.

Tudo isso é fonte de inspiração para fazer arte nas ruas. A designer é um dos quatro coordenadores do braço carioca do grupo internacional Urban Sketchers, que costumava se reunir de 15 em 15 dias para desenhar na rua. “Eu desenho todos os dias, é uma necessidade”, admite. Em julho, o coletivo realizaria o 5º Encontro Nacional no Rio, como parte da programação do Congresso Mundial de Arquitetura, que celebraria o título do Rio de Janeiro de Capital Mundial da Arquitetura. Os dois eventos foram suspensos e ainda não têm data para acontecer.

– O encontro nacional do Urban Sketchers esperava reunir quase três mil pessoas do Brasil e do exterior. Em geral, somos um grupo de 50 a 60 pessoas, que passam cerca de três horas desenhando ou pintando na rua. Vale qualquer técnica, de aquarela a desenho com caneta Bic – explica a designer.

https://www.instagram.com/marciaquintela/
https://marciaquintela.wixsite.com/design/estampas

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