Falta de água, elevador quebrado, cano furado ou as festas barulhentas do vizinho do andar de cima. Nessas e em várias outras situações só temos vontade de uma coisa: chamar o síndico! Até quem mora em casa sonha com uma figura para resolver os problemas domésticos que se apresentam. De todos os pepinos que aparecem no dia a dia da administração de um condomínio, os mais complicados são os que envolvem as relações humanas. Aí, o mais importante é usar de bom senso e prezar pela boa convivência.
Essa é a opinião de Anna Carolina Chazan, da Estasa Soluções Imobiliárias. Advogada, ela gerencia uma equipe de 15 funcionários, que atende cerca de 60 condomínios (sendo 50 como administradora e 10 como síndico profissional) somente na região que vai da Gávea ao Humaitá, passando pela Lagoa e Jardim Botânico. Atuando desde 2003 no mercado imobiliário, Anna Carolina fica feliz em contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas: “Nosso trabalho vai além das áreas comuns, entrando na casa e na vida de muita gente. O que mais me motiva é trazer união a cenários caóticos, promovendo um ambiente de respeito e tolerância”, reconhece a profissional que já precisou apartar duas senhoras de mais de 60 anos que saíram no tapa durante uma assembleia de condomínio.
Moradora de um dos 26 apartamentos do prédio Figueira, a professora aposentada Sandra Radicetti já foi subsíndica e reconhece o valor do trabalho da equipe de Anna Carolina. Há 35 anos no mesmo endereço, ela percebeu que a entrada da Estasa na administração e com síndico profissional, a partir de 2018, deu mais tranquilidade aos moradores.
– No dia a dia, contamos diretamente com o apoio de três funcionários da Estasa, que têm conhecimento jurídico, administrativo e contábil para solucionar problemas com funcionários e moradores, orçar e controlar empresas prestadoras de serviços e resolver situações de emergência. E ainda temos a segurança de toda uma estrutura profissional para casos mais graves e pontuais – observa a antiga professora do Escola Municipal Camilo Castelo Branco, que faz parte do conselho fiscal do prédio.
A terceirização dos serviços de administração de condomínios é mesmo uma tendência no mercado imobiliário. A Estasa foi criada em 1973 e, de lá para cá, só viu o crescimento do setor. Atualmente, a empresa atende 600 condomínios, somando 30.000 apartamentos, o que representa um aumento de 20% em relação ao ano de 2020. Deste total, 60 prédios contratam também os serviços de seus 15 síndicos profissionais, que têm como atribuições gestão de funcionários, projeção e acompanhamento do fluxo de caixa, vistorias e serviços de manutenção:
– O profissional sabe o que precisa, de fato, ser feito. Muitos serviços obrigatórios aumentam os custos, mas são práticas essenciais. Por exemplo, a limpeza da caixa d´água precisa ser feita de seis em seis meses por uma questão de higiene. Mas tem prédios que, quando chegamos, descobrimos que isso já não é feito há 10 anos – explica Luiz Fernando Barreto, presidente da Estasa.
Em geral, os administradores profissionais costumam ser chamados para apagar incêndios, especialmente os sem chamas. É o que João Cabral vem observando ao longo de 25 anos de atuação com sua empresa Cabral Gestão Condominial. Para ele, a qualidade mais importante para o profissional da área é manter sempre um tom conciliador e administrar as relações sem estresse. O empresário conta que, certa vez, passou por uma saia justa ao ser indicado por uma moradora que estava em litígio com o condomínio. “Fui contratado como administrador e acabei revertendo a situação, com solução favorável ao prédio”, lembra João, que atende mais de 30 edifícios – entre eles os prédios comerciais Pulse, na rua Jardim Botânico, e o Gávea Medical Center, na avenida Padre Leonel Franca – com a ajuda de cinco colaboradores e de uma boa rede de prestadores de serviços. Apesar de sua experiência no segmento, Cabral não pensa em ser administrador do prédio em que vive, por acreditar que o distanciamento garante a neutralidade necessária na hora da tomada de decisões.
O aspecto financeiro, entretanto, também pode ser determinante. Uma solução que vem sendo adotada por edifícios pequenos da região é combinar síndico morador com uma administradora por trás. Um exemplo é o prédio 741, da rua Maria Angélica, que tem apenas seis apartamentos. Desde 2018, a proprietária de um deles, Júlia Serrano, de 26 anos, assumiu a função após o falecimento da antiga síndica. Geóloga e sem conhecimento ou experiência, ela ficou assustada com o peso da responsabilidade, inclusive criminal, em caso de acidentes no imóvel ou na calçada em frente a ele. Contar com uma administradora para emitir boletos, fazer pagamentos e dar suporte jurídico em caso de processos internos e externos foi fundamental para que ela aceitasse ser síndica:
– Eu morei a vida toda aqui e, durante todo esse tempo, a síndica era a mesma. Quando ela morreu, três apartamentos estavam vazios. Pensamos em contratar um síndico profissional, mas o custo era alto para um prédio de poucas unidades, que exige pouco. A administradora me dá respaldo e oferece transparência a todos os moradores, que podem consultar toda a movimentação financeira no site – explica ela, que vê a experiência que vem adquirindo, aprendendo, entre outras coisas, a lidar com funcionários e os moradores, como ponto positivo da função.
Ainda tem gente que encara os desafios administrativos, jurídicos e de relacionamento sozinho – ou quase. Esperidião Agra tornou-se síndico do seu prédio, no Humaitá, há oito anos, quando se aposentou depois de anos de trabalho na área de marketing em empresas multinacionais. O bom resultado da experiência se espalhou naturalmente e outros prédios da região começaram a procurá-lo. Atualmente, ele atua como síndico de outros cinco condomínios na vizinhança – todos antigos e com cerca de 25 apartamentos cada – e avisa que não pretende assumir mais nenhum. Entre os problemas cotidianos que costuma ser chamado para resolver, estão os vazamentos e infiltrações, principalmente depois de uma chuva mais forte.
– O que mais perturba e preocupa é a segurança. É preciso estar atento aos novos golpes, todo dia surge um diferente. Já vi caso de entregador de aplicativo que entrou no prédio e roubou uma mangueira de incêndio! Outra vez, o sistema de monitoramento de um dos prédios flagrou seis bandidos que invadiram e roubaram um apartamento. Levei as imagens para a polícia, mas nunca tive retorno – afirma o administrador.
Estasa Soluções Imobiliárias
Telefone/ WhatsApp: 21 99557-9946
*Por Betina Dowsley
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