22 de junho de 2023
ARTE QUE SALVA E RECICLA PERTO DE VOCÊ

A frase “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” que Lavoisier criou no século XVIII se mantém atual até hoje.  No universo das artes  ela é potencializada e as jovens Fernanda Botelho e Sabrina Corrêa sabem como explorar.  Sócias do Stúdio SAFE Art, as duas se reinventaram durante a pandemia, deixando o mundo fashion para se dedicar às artes.  Depois de fazer sucesso com a obra Safe toy, elas agora andam às voltas com experimentações envolvendo pilhas e baterias que farão parte de um novo projeto, com a temática “fios condutores”. O objetivo é que estes itens sejam representados em quadros e telas, em suas diversas formas. E, por conta disso, a dupla está recolhendo pilhas tipo AA, AAA e baterias, do tipo “moeda”, na Casa Fazedoria, no Jardim Botânico. É só chegar e doar! 

 

 

De acordo com Fernanda Botelho, a temática central abriu portas para inserir a ideia de sustentabilidade no projeto:

– Pilhas são altamente tóxicas e poluentes. Por isso, acho que vai ser  interessante se conseguirmos transformá-las em algo visualmente bonito. É uma contraposição às propriedades do objeto. Queremos começar por quadros e estamos na fase de teste do projeto, mas também pensamos em, mais pra frente, criar esculturas da série “Fio Condutor” com essas doações – explica. 

O Studio foi fundado em 2021, durante a pandemia, e tem como carro-chefe Toy Arts e também quadros, de diferentes tamanhos. Como são uma tendência em países estrangeiros, as idealizadoras da SAFE Art resolveram criar os próprios trabalhos artísticos, mas com uma identidade nacional e que conversasse também com o momento que o mundo passava. A partir daí, surgiram bonecos com os pés virados, semelhante ao Curupira – personagem do folclore brasileiro, defensor das matas e florestas – que se relaciona com a ideia de segurança que as artistas desejam passar em sua arte. Sabrina lembra a junção de fatores que as fez ter o estalo para o pontapé inicial da SAFE Art:

Safe Toy na Casa Carandaí 2023.

– A Fernanda é artista, já fez várias peças para consumo próprio, mas fingia que não eram de sua autoria. Nós duas sempre trabalhamos com moda, que, para mim, é complementar à arte. Começamos a pesquisar sobre os Toys e resolvemos deixar a nossa identidade à mostra nos bonecos – afirma. Para ela, o conceito dos pés virados não tem a ver somente com o folclore brasileiro. “Como estávamos em quarentena, em um período de “pausa”, os pés virados poderiam simbolizar um passo para trás e depois mais dois à frente, como diz o ditado – brinca.

 

Em 2022, a dupla recebeu um convite para participar da edição da Casa Carandaí no Museu do Meio Ambiente e criou uma obra de cinco metros, que fez sucesso. Para a edição deste ano no evento de moda, as duas optaram por uma instalação do Safe Toy, na piscina, em um tamanho menor, reproduzindo o modelo com uma boia de piscina na cintura.

 

A toy art no Museu repercutiu e rendeu o convite para expor na ArtRio, onde exibiram 250 obras exclusivas. Mesmo com obstáculos para cumprir a demanda, elas garantem que valeu a pena. “No início, as peças eram feitas com impressoras 3D e levavam cerca de oito horas para ficarem prontas. Com o pedido da ArtRio, visitamos diversas fábricas de material vinílico até encontrar uma que topou nos ajudar, apesar de normalmente produzir acima de 50.000 peças. Foi indescritível”, lembra Sabrina.

 

Além do resultado positivo  nas carreiras, a participação em uma das maiores feira de arte da América  ainda teve um (bom) retorno social: elas doaram 50% do faturamento com a venda das peças foi doado para a ONG Criança Responder, na Gávea, que oferece assistência à jovens atendidos no Hospital Municipal Miguel Couto, no Instituto de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC) e suas famílias. 

 

Sabrina e Fernanda em momento de criação no Studio

Os bonecos patenteados pela SAFE Art, são criações exclusivas, vendidas em três tamanhos: pequeno (25cm), médio (40cm) e grande (60cm), com preços a partir de R$1700. O estúdio trabalha apenas sob encomenda e a criação é totalmente assinada pela dupla. “Para nós, é muito gratificante poder criar artes não só acessíveis, mas de fácil conexão”, finaliza Fernanda.

 

CASA FAZEDORIA

 

RUA VISCONDE DE CARANDAÍ, 28 

 

Segunda a sexta, das 10 às 17h

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados