Em 1974, Maria Bethânia fez um show antológico chamado “A Cena Muda”, que tratava de temas que rondavam o Brasil nos anos 1970, como a falta de liberdade de expressão, a censura e a desvalorização da mulher. Pontuado com músicas de Chico Buarque, Paulinho da Viola e Gonzaguinha, o show foi um marco na história da música e do teatro brasileiro.
Agora, em 2024, surge “A Cena (Não) Muda”, espetáculo inspirado nessa inquietude, que traça um paralelo entre aquele período opressivo e o que não mudou em 50 anos de Brasil. Com texto de Pedro Henrique Lopes, direção-geral de Diego Morais e direção musical de Guilherme Borges, o espetáculo volta ao cartaz de 19 de novembro a 18 de dezembro, no Teatro Domingos Oliveira, no Planetário da Gávea, com sessões às terças e quartas-feiras, às 20h.
Fatos históricos, as truculências e as violências em geral praticadas contra a população, desaparecimentos e outros crimes que se perpetuaram através do tempo são confrontados no palco através de narrativas reais e documentadas pela história. Se, em 1974, a artista no palco não podia falar e cantar a sua dor, hoje as canções e textos estão presentes em cena como as marcas do que ficou.
Em cena, as atrizes Analu Pimenta, Sirléa Aleixo e H I A N E dão voz a histórias de 1974 como a de Ieda Santos Delgado, uma das únicas mulheres negras desaparecidas durante a ditadura militar, e a busca de Eunice, sua mãe, tentando incessantemente encontrar sua filha. Além de acontecimentos recentes, como as vidas de Luana Barbosa dos Reis Santos, Cláudia Silva Ferreira, Ágatha Félix e Kathlen Romeu, mostrando o que não mudou de ontem para hoje.
A Cena (Não) Muda revisita as músicas e os temas do show de Bethânia e a história de tantas mães que buscam por seus filhos e filhas, num emocionante retrato de gritos mudos, de silêncios estridentes e de cenas que se repetem e não mudam até os dias de hoje. Com o direito conquistado de falar, de questionar e de pensar, o elenco se desdobra para remontar e cantar essas dores e os temas que, em 50 anos, ainda se repetem. O repertório inspirado no show de 74, somado a músicas de artistas atuais, reportagens, documentos e textos trazidos ao palco, denuncia os reflexos dessa herança social.
Ficha técnica:
Texto: Pedro Henrique Lopes
Direção: Diego Morais
Direção Musical: Guilherme Borges
Elenco: Analu Pimenta, Sirléa Aleixo e H I A N E
Músicos: Guilherme Borges (teclado), Tauão de Lorena (guitarra) e Egon Athaydes (bateria)
Participação Especial: Pedro Henrique Lopes
Cenário: Victor Aragão e Diego Morais
Figurinos: Diego Morais
Design de Luz: Pedro Henrique Lopes e Diego Morais
Design de Som: Leonardo Carneiro
Programação Visual: Yucky Designs e Ideias
Produção e Realização: ENTRE Entretenimento
Serviço:
Temporada: de 19 de novembro a 18 de dezembro de 2024
Teatro Domingos Oliveira/Planetário da Gávea: Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea
Telefone: (21) 4109-2299
Dias e horários: Terças e Quartas, às 20h.
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada).
Duração: 70 minutos
Classificação etária: 16 anos
Capacidade de público: 100 lugares
Venda de ingressos: pelo site ou na Bilheteria do Teatro
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