A frase popular “1 é pouco, 2 é bom, 3 é demais” não se aplica a Andreza Staiti Costa, 45 anos. A chef do food truck “Na Pracinha” tem muito o que comemorar no Dia das Mães: ela cria dez filhos e ainda trabalha e se diverte! Moradora do Horto, desde pequena, ela conheceu o marido, Fábio Costa, presidente da Associação dos Moradores do Horto – AMAHOR, na região, começaram a namorar e, aos 15 anos, ela se tornou mãe de Letícia, hoje com 30 anos. Depois vieram Marcos Vinícius (27), Daniel (25), Gustavo (21), Mariana (20), Lucas (19), Breno (16), Murilo (15), Eduardo (13) e a caçula Laura (12). Hoje, o amor se estende também ao neto Danilo – filho de Marcos, que completou 3 anos esta semana.
Na árdua tarefa de educar, Andreza conta com a ajuda do marido e também da mãe Rosemary, 60 anos – que teve quatro filhos -, e da avó Maria Carriz Satiti, 87 anos, que teve apenas duas filhas. O que vale é que elas moram perto. Enquanto Andreza está no Horto, Rose – como gosta de ser chamada – e Maria residem perto uma da outra, na rua Senador Simonsen, na vila próxima à Cachoeira do Santinho. Ao todo já são cinco gerações da família Staiti, o que deixa qualquer reunião de família animada. Só na conta da matriarca são quatro netos, 21 bisnetos e um tataraneto.
Definir maternidade para Andreza é como andar de montanha russa:
Andreza, com o marido Fabio, os 10 filhos, a nora e o neto Danilo. (foto acervo família)
“É uma mistura, né? São muitos altos e baixos, que se alternam entre alegria e tristeza. Agora vivo um novo momento, com os mais velhos seguindo o caminho deles, saindo de casa. Já tive três morando fora do Rio, hoje é apenas um. Mas o bom é ter sempre os filhos por perto”, reflete a supermãe.
Reunir a prole completa para as comemorações é tarefa difícil, mas este ano foi possível porque o filho Gustavo, que é jockey e mora no Sul, está no Rio. A comemoração será na casa de Rose, que costuma atender ao pedido dos netos e faz rabada com agrião nessas datas especiais. Já Dona Maria fica, de longe, observando o movimento.
“Eu não chego nem perto. Já cozinhei muito, agora só quero ficar curtindo a família”, brinca ela.
Na hora de pensar no que estão deixando de herança, as três mulheres da família Staiti são unânimes em afirmar que o principal é manter a união da família.
“O importante é estar junto, um ajudando o outro. Podemos nos desentender algumas vezes, faz parte, mas a essência é a amizade, o amor e o respeito. Essa foi a educação que eu recebi e passei adiante e vejo que está sendo seguida”, reflete Rose, que mora há 60 anos no Jardim Botânico e cresceu em uma vila onde fica hoje o supermercado Pão de Açúcar. Na opinião dela, o bairro não evoluiu direito.
As três mulheres da família Staiti: Andreza, a avó Maria e a mãe Rosa. (foto: Chris Martins)
“Acho que o crescimento foi muito desordenado, acabaram com as casas. Eu sinto falta daquela época que tinha cinema e as famílias andavam pelas ruas, e todo mundo se conhecia e se cumprimentava. Outros tempos, mais educados”, confessa Rose que evita circular pelas ruas, pois tem medo da violência.
Nascida e criada na região, Andreza também anda temerosa com a violência e com a quantidade de assaltos.
“Antigamente, os filhos saíam e a gente não tinha tanta preocupação. Agora a gente vê sair e fica torcendo para não ter tiroteio e nem acontecer nada de mau com eles”, argumenta.
Das agruras de “padecer no paraíso”, a chef do Na Pracinha só pensa na dificuldade em ter sido mãe aos 15 anos, e na confusão de nomes que acontece quando pensa em um filho e acaba chamando o nome de outro. E toda prosa, declara:
Todos juntos misturados: filhos, bisavó, mãe e avó. (foto: Chris Martins)
“Meu maior orgulho é ver meus filhos com saúde, unidos e trabalhando no que gostam. Sou muito agradecida por toda ajuda, emocional e financeira, que recebi para criá-los”, afirma Andrezza.
Cabe à Rose a declaração mais comovente:
“Ser mãe é padecer no paraíso, mas também é um florescer na vida.”, diz emocionada.
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