19 de maio de 2022
AS LOUCURAS QUE FAZEMOS PELOS PETS

Quem é capaz de resistir a um amor incondicional, que pula de felicidade ao reencontrar a pessoa amada, mesmo que ela tenha apenas saído para ir à padaria? Se você está entre aqueles que não resistem ao charme animal, esta matéria é para você. Roupa, cama ou coleira de grife, programa de tv, câmera de segurança, sorvete para cachorro, recreador, hotel e até psicólogo! Não há limite para as loucuras que somos capazes de fazer pelos pets.

A produtora cultural Cristina Dória confessa que era daquelas que dizia que, se tivesse um cachorro, ele jamais dormiria em sua cama e que achava bobagem fazer festa para bicho de estimação. Ela precisou rever seus conceitos logo no primeiro ano da pandemia, quando adotou o Chico. Cris conta que sempre gostou, mas nunca tinha tido seu próprio cachorro. Ela lembra que, na sua infância, a família tinha o Bob, mas, quando seu irmão nasceu, mandaram a empregada levá-lo embora.

Cristina não resiste ao olhar de Chico.


– Sempre trabalhei muito, ficava o dia todo fora de casa, além de viajar com frequência por conta de eventos. Já estava alguns meses em home office, quando uma amiga mandou uma foto do Chico. De cara, respondi “quero” – admite.

Assim, em outubro de 2020, ela descobriu um outro tipo de amor e, hoje, vive grudada com ele e está sempre procurando lugares, passeios e até hotéis pet friendly para não ficar longe do seu Chicão. Graças a ele, conheceu vizinhos, criou uma rede de apoio para os momentos em que não pode estar presente e já pensa em criar um negócio inovador voltado para o mercado pet.

Cristina reconhece que ter um animal em casa aumenta os gastos. Além da ração, ela prepara refeições especiais, com frango, arroz e cenoura, tudo sem sal e sem gordura – e paga por banho, tosa e passeador. É preciso contar também com as despesas veterinárias e gastos ocasionais, como Dog TV e câmera de vídeo para vigiá-lo – e tranquilizá-la – quando precisa sair.

Moradora da Gávea, a produtora cultural costuma contratar o Caio para passear com Chico ou mesmo para hospedá-lo nos dias de muito trabalho ou viagem. A confiança no rapaz é tamanha, que ele tem até chave de seu apartamento para o caso de imprevistos.

– A casa do Caio, na Rocinha, tem laje e piscina de plástico. Quando vê as fotos e vídeos de lá, meu pai costuma dizer que a vida do Chico é melhor do que a dele – brinca ela, que sabe que o custo de um cachorro pode ser muito maior.

É justamente neste filão de conforto que a Rio Pet investe. Há quatro anos, a empresa trocou a Tijuca por um casarão no alto da Gávea, onde oferece serviços de creche/recreação e hospedagem para cachorros de todos os portes. Para ser aceito, basta que o bicho seja sociável e preencha os pré-requisitos quanto a vacinas, vermes e pulgas. A publicitária Beth Lessa é uma das sócias do estabelecimento, criado por Rosana Rosadas, na Tijuca, há 15 anos. Criado para atender pessoas que queriam viajar e não tinham com quem deixar seus cachorros, o estabelecimento foi um dos pioneiros do gênero no Rio de Janeiro e conta com uma equipe de recreadores treinados, além de veterinário para emergências e acompanhamento de cuidados e tratamentos especiais dos cerca de 70 a 90 cachorros que frequentam o local por dia. Número que pode chegar a 120, em feriados e outras datas especiais.

Os cachorros ficam livres para brincar no Rio Pet Gávea.

– Aqui quem manda é o cachorro, e eles passam o dia soltos, sem coleira. A programação começa com recreação na piscina. Depois secamos os animais para as brincadeiras de parque, em três espaços diferentes, dependendo do tamanho de cada um. Tem hora da bolinha, do petisco, hora zen para relaxar, com luzes azuis e massagem. Os quartos têm cama, cobertor, ar condicionado e música ambiente apropriada para embalar o sono dos hóspedes. Quase um spa! – explica Beth.

A diária gira em torno de R$ 100,00, dependendo do porte do cão e do pacote contratado, que pode ter descontos progressivos na hospedagem.  O pet deve trazer sua ração e medicamento, se estiver tomando algum. Neste sábado, 21/5, o espaço promove curso para passeadores de cachorro, das 8h30 às 17h e, no dia 28/5, sedia uma feira de adoção de cachorros, das 12h às 16h.

Outro serviço que cresceu bastante é o de transporte de animais, especialmente de cães e gatos. A autônoma Lívia Magalhães ingressou nesse mercado há cinco anos, após ver um anúncio de um aplicativo nas redes sociais: “Eu sempre gostei de cachorro e já havia trabalhado com transporte escolar. No caso dos animais, os cachorros vão presos pela coleira, já os gatos precisam de uma cestinha”, explica ela que tem cinco cachorros, um poddle “misturadinho” que mora com ela, e outros quatro que vivem no sítio do pai.

Atualmente, Lívia tem uma parceria com o Rio Pet, mas também possui clientes particulares na Zona Sul, Barra, Recreio e Zona Norte, além de estar disponível viagens. Ela criou uma tabela de preço própria, em função da quilometragem e trabalha todos os dias, exceto domingo. O preço de uma corrida entre JB e Gávea, por exemplo, custa cerca de R$ 25 a R$ 30.

A novidade na Gávea é a Samucão, clínica 24 horas do médico veterinário Samuel Pires Ferreira. Depois de oito anos atendendo na Rocinha, ele acaba de abrir seu primeiro consultório na Zona Sul carioca: “Já atendia muitos clientes nesta região, foi um crescimento natural”, afirma ele, que é especializado em ortopedia e oferece ainda serviços de nutrição, castração e endocrinologia para pets.  “Luxo é ter o atendimento de um bom profissional com preço justo. Não é porque eu estou na Gávea que vou cobrar caro”, afirma o veterinário, que cobra em torno de R$ 100,00 a consulta básica.

No entorno da rua Lopes Quintas, o forte são os gatos. Foi o que constatou o veterinário Luiz Carlos Coutinho, dono da JB Pet, que agora conta também com consultório veterinário. A loja oferece produtos para todos os tipos de pets. Lá é possível encontrar de sachês de ração úmidas e medicamentos para a prevenção de pulgas e carrapatos a vacinas importadas, essências florais e sementes naturais para animais de estimação menos comuns, como calopsitas, papagaio, peixe, jabuti e hamster. “Os clientes vão pedindo, e a gente corre atrás”, garante Coutinho. Para os cachorros, as coleiras Zeedog, com design moderno, fazem sucesso. A marca possui também camas flexíveis, ótimas para levar para viagem, com capa fácil de tirar para lavar e borracha antiderrapante.

– Já percebi que aqui na região há muitos gatos e, por isso, fui ampliando a oferta de produtos para felinos. Temos areia higiênica de todos tipos, de sílica grossa, fina, granulada em madeira, com preços que vão de 9,90 a 54,90. A linha mais cara é a areia biodegradável, que é feita de farelo de trigo e de mandioca, que pode ser jogada em vaso sanitário. Os arranhadores de unha também são muito procurados, tanto os tradicionais, de corda em formato de torre, quanto os decorativos, imitando um aparelho de som, feitos de papelão – indica Coutinho.

Um dos lugares mais pet friendly do JB é a Sauer Danças. Ali, o conceito vai muito além do pote de água na porta, os cachorros são bem-vindos até nas salas de aula. A funcionária do Tribunal de Justiça Carolina Epifânio faz aula de jazz às terças e quintas e fica feliz em poder levar o chihuahua Osnar.

– Ele é tranquilo, não late e fica quietinho num canto da sala a aula toda. Eu só prendo a guia numa perna de cadeira para evitar acidentes. No final, eu solto e ele sobe no meu corpo, enquanto ainda estou alongando. É uma graça, ele interage com todo mundo e curte a música. Acaba sendo uma terapia para os outros também – explica Carol, que costuma passear de bike com ele, ir à praia e a bares.

Para essa turma que gosta de passear com seu cachorro, agora já pode levá-lo para tomar sorvete. A recém-inaugurada Gelateria Piemonte, na rua Jardim Botânico, criou o Dog-lé, 100% natural, feito com água de côco e frutas, como melancia, banana e manga, o sabor favorito dos cães. Mas todo cuidado com a alimentação dos pets é pouco. O empresário Alfonso Stefanini, morador do Horto, descobriu isso pela experiência com seu labrador Ziggy. Aos quatro anos, ele começou a ficar doente e Alfonso resolveu buscar uma solução para os problemas dele na comida, e não em remédios. Em 2011, o mercado ainda não oferecia comida natural no Rio e ele começou a pesquisar sobre nutrição canina e a preparar a comida de seu cachorro. Assim surgiu a Ziggy Comida Natural:

– Comecei na cozinha de casa. Em pouco tempo, os amigos começaram a pedir comida pra seus cães e fui me especializando, procurando parcerias com veterinários e nutrólogos para chegar às fórmulas atuais, todas balanceadas – observa o “chef canino”, que atende clientes na Zona Sul, Barra e outros bairros da Zona Oeste.

Solidariedade com os felinos

Até o dia 30/6, o DoaPUC está coletando doações de ração, sachê, vermífugo (Vermivet ou Drontal), Lactobac Cat e antipulga (Advocate, Revolution ou Frontiline spray) para gatos. As contribuições serão encaminhadas para o projeto Felinos Universitários do Marquês, que cuida dos gatos que vivem no campus. Para contribuir, entregue sua doação no Edifício Cardeal Leme, sobreloja, ao lado da Coordenação de Educação Física da universidade. Mais informações: cacc@puc-rio.br / WhatsApp: (21) 97628-1636

 

JB PET
Rua Lopes Quinas 46 / 99303-6113  

RIO PET GAVEA

SAMUCÃO VETERINÁRIA

LIVIA TAXI

ZIGGY COMIDA ANIMAL

*Por Betina Dowsley

3 Comentários

  1. Miriam Bulhões Doria da Fonseca

    Genteee, amei essa matéria!!! Ela MEGA me representa!❤🐕❤
    E A-DO-REI ver o Chico, primo do meu querido Spike, tão lindo e muito amado pela minha querida prima Cristina Doria!!! PARABÉNS por mostrarem as várias possibilidades que podemos vir a precisar e acessar! 👏👏😍

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  2. Caio

    Que matéria incrível , adorei!!!

    Chicão e D. Cristina meus grandes amigos ❤️❤️❤️

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