Texto: Chris Martins
Em abril, a Capricciosa recebeu o prêmio 50 Top Pizza Latin America 2024, onde alcançou o 19° lugar no ranking. Para Bruno Tolpiakow, um dos sócios do restaurante, essa conquista é o reconhecimento aos 25 anos de história da Capricciosa, que introduziu o conceito de pizza D.O.C (selo de classificação italiana de excelência, que significa “De Origem Controlada). A família já tinha um negócio, o restaurante Satyricon – atualmente com 40 anos de boa gastronomia -, mas estava buscando uma nova experiência no segmento. Surgiu a ideia de abrir uma pizzaria gourmet e eles foram para a Itália estudar, se aprofundar no assunto e trouxeram um chef napolitano.
– Em 1999 isso era totalmente inovador. Até São Paulo, que é conhecido por seus bons restaurantes, na época, não tinha pizzarias que trabalhassem com longa fermentação e nem com mussarela de búfala. Nós quebramos o paradigma das pizzarias no Brasil – recorda Bruno.
O restaurante do Jardim Botânico vai passar por uma reforma, sem fechar. (Foto: Chris Martins)
O sucesso foi imediato e surpreendeu até os sócios. Em seis meses eles, o restaurante de Ipanema já estava faturando quatro vezes mais do que o previsto. Animados, investiram no espaço do Jardim Botânico, depois em Búzios e na Barra. Atualmente só os dois primeiros continuam abertos, embora Bruno esteja estudando um retorno ao Jardim Oceânico. “Abrimos na Olegário Maciel, mas a área cresceu e ficou muito movimentada, com muito barulho. Queremos voltar para outro espaço, ainda na mesma região. É o nosso perfil” – garante o restauranteur.
Ao longo destes 25 anos, outras pizzarias surgiram com o mesmo perfil, mas a Capricciosa seguiu com destaque e foi modernizando sua produção, mas mantendo o processo artesanal. Durante este tempo, uma coisa se manteve inabalável: a preferência dos clientes pela pizza Margherita Gourmet (mozzarella di búfala artesanal, pachino (tomatinho italiano, lascas de parmigiano e basílico), campeã de vendas, com uma demanda entre 500 e 1000 pedidos, por final de semana. Outra característica da pizzaria foi o buffet de antepasto, criado na inauguração da filial do JB, em 2001.

Margheritta Gourmet, a campeã de vendas (Foto: Bruno de LIma)
Nessa evolução, o restaurante conquistou uma clientela VIP, que inclui personalidades, como políticos, artistas e músicos. Chico Buarque e o casal Angela Vieira e Miguel Paiva e outros, são frequentadores assíduos. Entre as muitas histórias da casa, Bruno lembra da atriz Claudia Jimenez, que frequentava diariamente a filial do Jardim Botânico e, como não gostava de ficar na fila, entrava escondida pela cozinha.
As comemorações para o jubileu da Capricciosa estão previstas para o final de maio e deve contar com uma festa, um mapa astral, feito pela paulista Rivka Lo e a reforma da unidade do Jardim Botânico, que deverá ser em etapas, para não fechar a casa, ao longo de três meses.
Morador do Jardim Botânico há 15 anos, Bruno gosta do bairro e circula pela área da Lopes Quintas e Pacheco Leão, seja para um café no La Bicyclette, um jantar no Grado ou até mesmo uma parada no Atelier Fernando Jaeger para conferir as novidades. Ele adora caminhar pelo Jardim Botânico e quando tem tempo, arrisca uma pedalada até a Vista Chinesa.
Quando reflete sobre os primeiros 25 anos da Capricciosa, Bruno conclui que o segredo do sucesso é manter o processo, com pitadas de ousadia. “Todo dia é um novo dia, o que deu certo ontem, pode não dar certo no dia seguinte, mas a gente segue experimentando um novo ingrediente aqui, uma receita acolá. E assim vamos levando”, diz o empresário que também é chef e gosta de fazer suas experimentações culinárias sem a pressão do dia a dia.
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