25 de agosto de 2022
DAS PÁGINAS DE UM JB PARA OUTRO

Texto: Betina Dowsley  Fotos: acervo pessoal e Chris Martins (Marina da Glória)

O nome de Evandro Teixeira é sinônimo de fotojornalismo no Brasil, atividade à qual se dedicou por cerca de 60 anos e pela qual merece ser homenageado sempre no Dia Mundial da Fotografia, celebrado em 19 de agosto. Sua trajetória profissional mistura-se com a própria história do país e com reconhecimento internacional.

Os registros de Evandro passa por várias editorias, da política à esportiva,  passando pela cultura e pelos fatos do cotidiano. Aos 88 anos, o fotógrafo sai  pouco de seu apartamento na Gávea, onde mora há mais de 30 anos

Baiano de Irajuba, o fotógrafo desembarcou no Rio de Janeiro em 1957 para trabalhar no jornal Diário da Noite, que integrava os Diários Associados. Seis anos depois, aceitou o convite do Jornal do Brasil, do qual saiu, aposentado, três dias antes da última edição impressa do periódico no final de agosto de 2010. Ao longo desse período, suas lentes captaram personalidades – da Rainha Elizabeth II e Lady Di ao bailarino Rudolf Nureyev e o Papa João Paulo II, passando por Ayrton Senna, Pelé, Cartola, Oscar Niemeyer, Fidel Castro e Carlos Drummond de Andrade, entre muitas outras –, eventos e fatos históricos, que ilustram o golpe militar de 64, a repressão ao movimento estudantil em 1968 e a cobertura de diversas edições de Olimpíadas, Copas do Mundo e grandes prêmios da Fórmula 1.

Registros de repressão em 1968  (Evandro Teixeira/Acervo IMS)

As fotos de Evandro ganharam status de obra de arte e, das páginas dos jornais, passaram para as paredes de galerias e museus do Brasil e do mundo. Uma amostra de seu trabalho foi incluída na mostra dos 40 fotógrafos mais importantes do mundo, ao lado de craques como Henri Cartier Bresson e Robert Capa, na Leica Gallery, em Nova York. Ele e Sebastião Salgado eram os únicos brasileiros da mostra. Foi justamente para prestigiar o colega mineiro que Evandro fez questão de ir ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no final de julho, para o evento de abertura da exposição “Amazônia”, em cartaz no Museu do Amanhã. Essa não foi a primeira vez que Evandro prestigiou Salgado.  Em 2013, ele esteve presente na abertura da exposição “Genesis”, no Museu do Meio Ambiente, e os dois até brincaram de um fotografar o outro.

 

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