A criação de novas tecnologias e de novos hábitos sustentáveis parecem ser uma tendência no mundo empreendedor, mesmo que isso vá na contramão daquilo que, por anos, foi o modus operandi do universo dos negócios. Rever comportamentos que já estão enraizados – ao menos no mundo ocidental -, é um processo que pode ser doloroso para muitos, principalmente porque, desde pequenos, somos induzidos a adquirir costumes opostos à pautas ecológicas. Um deles é o excesso de consumo. Entre as novidades que têm aparecido dentro deste contexto, chama a atenção o Shareitt, aplicativo de desapego de objetos que busca acender um alerta para o consumo desenfreado e sobre conscientização sustentável.
Idealizado em Israel em 2019 pelos empreendedores sociais Michael Malul e Arie Ben David, a Shareitt chegou ao Brasil no fim de 2022 e já conta com mais de sete mil usuários em um ano, a grande maioria no Rio de Janeiro, onde está sediada. A plataforma é gratuita e funciona de maneira simples: ao se cadastrar, o cliente ganha pontos, que são a moeda de troca para os produtos anunciados.
Ao todo, já circularam quase seis mil itens, e das categorias, as campeãs de audiência são artigos femininos e infantis. Não há circulação de dinheiro e para conseguir uma pontuação maior é necessário participar do processo de adesão, que vai desde baixar o app a preencher todo o cadastro até anunciar e repassar itens através do marketplace do aplicativo. A ferramenta incentiva o desapego e vem fazendo sucesso entre as mulheres, que atualmente correspondem a 85% dos usuários totais do aplicativo.
Para Mariana Gouvea, gerente de expansão da Shareitt, esse tipo de negócio é uma tendência e as pessoas estão preocupadas em reciclar o que tem em casa, embora ainda tenham um preconceito em adquirir roupa usada. “Através das nossas redes sociais nós buscamos conscientizar de que os itens de “segunda mão” podem ter uma vida útil excelente”, explica ela no escritório da empresa, no Jardim Botânico, que funciona também como ponto de encontro para as clientes.
Marina de Assis, arte-educadora de 33 anos, acredita que o aplicativo mudou a sua vida. “Sempre tive esse costume de comprar e vender itens de segunda mão e agora sinto que é possível chegar a um meio termo entre doar e vender. Além disso, acho que o fato de funcionar quase como um marketplace de trocas, ajuda a reduzir o desperdício e se encaixa perfeitamente com um modo de vida mais sustentável. Hoje, utilizo, pelo menos, uma vez por semana o aplicativo”, diz.
Outra que incorporou o Shareitt à sua rotina foi Églen Soares, fotógrafa de 30 anos, que conheceu o aplicativo por acaso e costuma comprar roupas femininas e infantis. “Meu primeiro contato foi através de um grupo de Facebook e hoje entro todos os dias para ver itens novos. Além de poder adquirir produtos a custo zero, ainda há uma variedade grande”, atesta a fotógrafa.
O Shareitt está disponível para celulares com sistema IOS e Android e para os que quiserem fazer uma experiência, o JB em Folhas está disponibilizando o seu código de acesso: 262708. O aplicativo também possibilita que se faça caridade, doando peças diretamente para a instituição beneficente Rede Abrigo.
Animada com a receptividade do Shareitt, Fernanda Junqueira, CEO da empresa, já pensa na sua expansão. “Estamos fazendo ajustes para seguir para outras cidades brasileiras e também na organização de eventos de trocas e desapegos. Acho que conversar com as pessoas é a melhor maneira de desmistificar o Shareitt e atrair novos usuários”, aposta a jovem.
Instagram: @shareitt_brasil
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