Texto: Chris Martins
A novidade gastronômica que chegou ao Jardim Botânico vem dos Açores. É a Quinta da Henriqueta, que acaba de abrir suas portas num antigo reduto da gula, onde funcionou por muitos anos a Casa Carandaí, que até hoje provoca suspiros de quem lembra. Mas isso faz parte do passado. Até esta semana a padaria/bistrô comandada por Janjão Garcia não teve no local um substituto à altura. A partir de agora, o número 165 da rua Lopes Quintas vai levar o morador e frequentador do restaurante para uma viagem ao melhor da culinária portuguesa, particularmente a que vem dos Açores, um arquipélago português, localizado no meio do Atlântico.
E foi na noite da última terça-feira, dia 7 de novembro, que a casa abriu suas portas oficialmente para receber convidados e jornalistas para um menu degustação. que levou muita gente a pensar no filme Festa de Babette, mas que poderia perfeitamente ser adaptado para a Festa da Henriqueta ou a Festa de Gleyson, sobrenome do chef Carlos promoveu o desfile gastronômico, de pratos da gastronomia açoriana.
O cardápio e o menu degustação da abertura da casa
O lindo casarão da Lopes Quintas foi totalmente reformado para receber a Quinta da Henriqueta. Aliás, Eder Heck – sócio junto com Diogo Couto e Gabriel Dias, conta a origem do nome: “Juntamos algumas coisas para criar o Quinta da Henriqueta. O nome vem de uma tia que ajudou a criar o Diogo, um dos sócios, e que era dos Açores. Já Quinta é uma referência à rua (Lopes Quintas) e à maneira como os portugueses se referem às suas propriedades rurais, como um sítio”.
Voltando ao espaço, coube à arquiteta Mariana Debize criar um ambiente elegante e acolhedor, com peças em madeira e iluminação intimista nos dois andares. Na área externa, nos fundos do salão, mesas dão para a cozinha aberta e nas paredes um belo painel de azulejos se destaca. Já no salão interno, a adega é um dos destaques, com capacidade para 500 garrafas, com mais de 160 rótulos, de todos as nacionalidades possíveis e está sob o comando do sommelier Átila, que parece ter deixado os hunos e se unido à turma de Bacco, com maestria. O andar de cima oferece um clima mais intimista e uma área para comemorações exclusivas e eventos. Bom para reunir a família toda no almoço de domingo, bem ao estilo lusitano.
Átila e sua fortaleza de vinhos
Já temos o ambiente e a bebida. Chegou a hora de experimentar as delícias da Henriqueta, que conta com um cardápio bonito de se ver e de comer. Entre as entradas está o picaporte, uma caixa de madeira que guarda, entre os tesouros, diferentes tipos de pães que são acompanhados por antepastos. E como uma boa casa portuguesa, ora pois, não poderiam faltar os bolinhos, representados pelo de bacalhau e pelo croquete de leitão. Ao servir o primeiro, o garçom comenta semmodéstia: “É o melhor do Rio de Janeiro”. E não é que o gajo está certo?
O picaporte, a Alcatra e Dona Amélia integram a maratona gastronômica “Festa da Henriqueta”
A degustação segue com outras delícias, como o delicado carpaccio de Anchova Negra, o bem temperado Arroz de Mariscos e a famosa Alcatra de Peixe, um prato característico da região dos Açores, onde o peixe é cozido em baixa temperatura por quatro horas em panela de barro com toucinho, vinho branco, cebola. E ao final desta maratona gastronômica, todos os gulosos presentes merecem o céu, que vem em forma de doce. Nada dos tradicionais toucinho do céu ou quindim, que também estão no cardápio. Entram em cena Pão de ló de Ovar, – em uma embalagem surpresa -, o Dona Amélia e o Pra cumê.
Enfim, o paraíso. Que agora atende pelo singelo nome de “Quinta da Henriqueta”.
Quinta da Henriqueta
Rua Lopes Quintas, 165 – Jardim Botânico
Horário (temporário): terça a quinta, das 18h à 00h; sexta e sábado, das 12h à 01h; e domingo, das 12h às 22h
Instagram: @quintadahenriqueta
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