O sucesso de uma livraria não depende apenas do catálogo e das obras que estão disponíveis, mas também de quem vai usar todo o seu conhecimento para vender aqueles livros. O livreiro Rodrigo Batista tem consciência de que esse é um valor imensurável e seu estilo tem chamado a atenção de quem frequenta a Janela Livraria. 

Com 23 anos de idade, o cearense veio tentar a sorte no Sudeste Maravilha aos 18 e, logo que chegou, começou a trabalhar com livros: “Eu já frequentava alguns clubes do livro em Fortaleza e assim que cheguei ao Rio de Janeiro procurei alguns grupos e fiquei amigo do pessoal da Livraria da Cultura.  Quando precisei trabalhar, fui buscar lá uma oportunidade e entrei no ramo”, explica ele que passou também pela saudosa Timbre, na Gávea, onde conheceu Letícia Bosísio, umas as donas da Janela.  “Ela comprava comigo e um dia me fez várias perguntas sobre o meu trabalho.  Quando soube que a livraria do shopping ia fechar, me procurou e fez uma proposta”, recorda Rodrigo.

Para o jovem, ser livreiro é um ofício construído aos poucos, uma relação de mão-dupla entre quem vende e quem compra: “Quando você começa a trabalhar com livros, tem que estar aberto para as coisas novas e para trocar ideias. Assim, aos poucos, você vai adquirindo conhecimento. E não adianta indicar apenas o que você gosta, tem que entender um pouco o que o outro quer”, reflete ele, que, com um ano de Janela, já conhece o perfil do público que frequenta a livraria.

– Como a loja fica na rua e as pessoas estão sempre passando por aqui, acaba se criando uma relação de amizade com os clientes – atesta.

Rodrigo agora vive um novo momento neste segmento do mercado, com o lançamento de seu primeiro livro, “Não há nada”, pela Mapa Lab + Janela.  Ao todo, são 31 contos que revelam um pouco do autor que até então não tinha pensado em escrever: “Eu moro no Andaraí, e lá o calor é potencializado a mil. Foi numa noite de verão de 2021 que decidi começar a escrever sobre aquilo que me vinha à cabeça, resultando em ‘Cortinas’, primeiro conto do livro”, explica.

A primeira edição saiu com outro nome, apenas no formato e-book e ficou à venda na Amazon até o começo deste ano, quando veio o convite da Janela para lançar uma versão impressa pelo selo literário que a livraria criou. Quem acreditou no jovem autor agora tem uma edição rara e exclusiva. A tiragem inicial de 1.000 exemplares já teve venda suficiente para pagar o investimento inicial.

– Uma oportunidade dessa caindo nas mãos, a gente só tem que agradecer. O trabalho ficou bonito em tudo, da edição à capa. Fico muito honrado com as pessoas que compraram e fizeram o livro circular.  Ele agora está para o mundo, à venda na Amazon e nas livrarias. E quem comprar comigo aqui na Janela ainda ganha um autógrafo do autor na hora – brinca.

“NÃO HÁ NADA”
RODRIGO BATISTA
EDITORA MAPALAB + JANELA
160 PÁGINAS
R$ 60,00