O jornalista e morador do Jardim Botânico Helio Fernandes faleceu, em casa, de causas naturais, no dia 10 de março de 2021, aos 100 anos. Sempre combativo, ele foi proprietário do jornal Tribuna da Imprensa e também dirigiu veículos importantes a seu tempo, como a revista “O Cruzeiro” e o jornal “A Noite”. Com 80 anos de jornalismo, Helio Fernandes era um homem de causas e, por elas, foi preso ou detido para interrogatório 37 vezes durante a ditadura.
No bairro, o irmão do escritor e desenhista Millôr Fernandes era conhecido como o pai de Rodolfo e Helio (já falecidos), além de Bruno, Isabella e Ana Carolina, que recentemente havia voltado a morar com o pai, na casa da rua Engenheiro Alfredo Duarte, cenário de encontros e fatos que entraram para a história desde os anos 1960. Como o atentado contra o carro do jornalista, que foi explodido em frente de sua residência, em 1979, como forma de intimidação. Em 2011, após ter sido atropelado por uma bicicleta, o jornalista ficou preso a uma cadeira de rodas. Pouco tempo depois, o espírito jornalístico foi renovado com a criação de um perfil no Facebook, onde continuou escrevendo artigos de opinião.
Até o ano passado, Helio Fernandes seguia lúcido e firme em suas convicções, como é possível constatar em seu depoimento ao documentário “Confinado”, que retrata parte significante de sua trajetória profissional: “Não admito a ditadura de jeito algum”, declarou na ocasião.
O JB em Folhas se solidariza com a perda imensurável da família e lamenta não ter tido a oportunidade de registrar parte das memórias do jornalista referentes ao bairro do Jardim Botânico.
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