Cenário de filme e palco de festas e jantares de gala, a casa que foi residência da família Moreira Salles, na Gávea, abriga o Instituto Moreira Salles, criado em 1992 pelo embaixador e banqueiro Walther Moreira Salles. Marco da arquitetura moderna dos anos 1950, a casa foi projetada por Olavo Redig de Campos e é cercada por exuberante jardim planejado pelo paisagista Roberto Burle Marx.
A partir de 27 de março de 2023 o Instituto Moreira Salles estará fechado para uma reforma estrutural que deverá levar quatro anos. O objetivo é fazer a manutenção do espaço para melhor receber seus visitantes em exposições e eventos futuros. Depois de mais de 20 anos aberto ao público, é uma obra que se faz necessária.
Cariocas estão aproveitando os últimos momentos para conferir a exposição Palavras cruzadas, sonhadas, rasgadas, roubadas, usadas, sangradas, de Miguel Rio Branco.
A casa passará por um restauro, e as reservas técnicas dos acervos serão ampliadas. Durante o tempo necessário para essas obras, o centro cultural permanecerá fechado, mas os acervos e a administração ficarão na Glória. Ali as equipes continuarão trabalhando e atendendo aos pesquisadores.
Inaugurado em 1 de outubro de 1999, o IMS Rio ocupa a antiga residência do banqueiro Walther Moreira Salles (pai dos cineastas Walter e João Salles). Instalada em um terreno de 10 mil metros quadrados, a casa foi projetada pelo arquiteto Olavo Redig de Campos, enquanto os jardins levam a assinatura de Roberto Burle Marx. Todo o espaço é tombado pelo Iphan.
O IMS é guardião também de importantes acervos nas áreas de fotografia, música, literatura e iconografia dos séculos XIX e XX, dedicando-se à conservação, à organização e à difusão dos mesmos. O acervo de literatura, por exemplo, inclui cartas, documentos e livros de Otto Lara Resende, Érico Veríssimo, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Rachel de Queiroz, entre outros escritores. Já o setor iconográfico reúne desenhos, aquarelas, gravuras, mapas, livros e álbuns referentes ao Brasil do pintor inglês Charles Landiseer e do pesquisador alemão Von Martius, a título de ilustração.
A reserva técnica musical abriga acervos de grandes nomes da música brasileira, como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Pixinguinha e Baden Powell. A coleção possui milhares de discos em 78 rpm, com um total de 80 mil fonogramas. A divulgação desse vasto material passa pela Rádio Batuta, cuja programação movimenta e disponibiliza na internet tais registros históricos em documentários e especiais sobre grandes compositores e intérpretes.
O destaque é a reserva fotográfica do IMS – o maior conjunto de fotos do Brasil –, que possui mais de 800 mil imagens de fotógrafos como Augusto Stahl, Henry Klumb, Marc Ferrez, Augusto Malta, José Medeiros e, recentemente, Evandro Teixeira. Os temas são divididos em arquiteturas colonial e moderna; fotografia brasileira; cultura e as festas populares; urbanização e desenvolvimento industrial; o mundo do trabalho, urbano e rural; paisagem natural do país; e as transformações da paisagem urbana brasileira ao longo dos séculos XIX e XX.
IMS Rio
aberto até 27/3
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel: (21) 3284.7400
De terça a sexta, das 12h30 às 16h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 14h.
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