9 de fevereiro de 2025

“LADY TEMPESTADE”, UMA PEÇA NECESSÁRIA

“Lady Tempestade” está de volta ao Teatro Poeira, com Andrea Beltrão. O espetáculo retoma a temporada – interrompida em fevereiro de 2024 e fica em cartaz até 25 de abril, seguindo para outras capitais brasileiras.

A editora Chris Martins viu a peça em 2024 e se emocionou com a história da advogada pernambucana Mércia Albuquerque (1934-2003). A personagem foi um ponto de resistência no Nordeste, cuidando dos presos durante os anos de chumbo da ditadura no Brasil.

Dirigido por Yara de Novaes, com texto da dramaturga Silvia Gomez, o monólogo tem em cena Andrea interpretando a personagem A., que recebe em casa os diários de Mércia e discute com a plateia o que fazer depois de ler os testemunhos sobre a busca pelo paradeiro de desaparecidos.

“Você concorda que alguém seja retirado de casa e fique desaparecido, você concorda que uma família passe por isso?”

A frase poderia ter sido extraída de um trecho do filme “Ainda estou aqui”, mas é somente mais uma constatação do quanto foi pesado viver e testemunhar barbaridades da ditadura na década de 1970, que não ficaram restritas apenas ao eixo Rio-São Paulo.

O espetáculo emociona e prende o público à trama do começo ao fim. Não tem como não ficar mexido, especialmente quando se revela, entre a plateia, parentes de pessoas desaparecidas. O cenário é composto de páginas de jornais com matérias sobre desaparecidos e cartas espalhadas pelo chão.

A peça deve virar filme com Andrea Beltrão e o marido Maurício Farias, repetindo novamente a direção. Mas, antes disso, vá ao teatro. É uma peça necessária para entender melhor que sim, teve um golpe, teve ditadura e teve tortura.

com Andréa Beltrão
Direção: Yara de Novaes
Dramaturgia: Silvia Gomez
Cenografia: Dina Salem Levy
Desenho de luz: Sarah Salgado e Ricardo Vívian
Criação e Operação de Trilha Sonora: Chico Beltrão
Desenho de Som: Arthur Ferreira
Figurinos: Marie Salles
Assistente de Direção: Murillo Basso
Assistente de Cenografia: Alice Cruz
Assistentes de Som: Caniggia e João Mattos
Operador de Luz: Walace Furtado
Contrarregra: Nivaldo Vieira
Cenotécnico: Riquinho
Pintura de Arte e Montagem: Antônio Lima
Assistente de Montagem: Nivaldo Vieira, Márcio Rodrigues, Iuri Wander e Bruno Oliveira
Montagem de Luz: Guiga Ensa e Victor Tavares
Produção de Figurinos: Fernando Átila