Esta semana é de comemorações para Lima Barreto, por conta do centenário de morte, em 1/11/1922, deste importante escritor brasileiro, que tem sua obra impregnada de fatos históricos. Para celebrar a data, a Companhia das Letras acaba de lançar “Triste República – A primeira República comentada por Lima Barreto” em formato de quadrinhos.
Coube ao cartunista Spacca e à historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz narrar o nascimento e as contradições da Primeira República pelo olhar de um dos principais escritores brasileiros de todos os tempos. A dupla repete a parceria vista nas obras “As barbas do imperador”e “D. João Carioca”, recorrendo novamente aos quadrinhos para contar a história do Brasil, desta vez prestando um tributo essencial a um dos maiores prosadores da língua portuguesa de todos os tempos.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em Laranjeiras, no dia 13 de maio de 1881. Filho do tipógrafo Joaquim Henriques de Lima Barreto e da professora primária Amália Augusta, ambos mestiços e pobres, sofreu preconceito a vida toda. Exatamente sete anos depois de seu nascimento, ele estava entre os presentes quando a Princesa Isabel assinou, em praça pública, a Lei Áurea e, guiado pelo pai, viu uma multidão de escravos que aguardava a liberdade, momento que marcou sua obra.
Escritor militante, como ele mesmo se definia, criou, dentre outros, o protagonista Policarpo Quaresma, um major nacionalista que se tornou um dos mais marcantes personagens da literatura nacional. Ao longo de sua vida, Lima professou ideias políticas e sociais à frente de seu tempo, com críticas contundentes ao racismo (que sentiu na própria pele), à democracia, à república e ao estrangeirismo da sociedade brasileira.
– Cem anos depois, Lima está mais vivo do que nunca. Nunca foi tão atual sua luta por uma República mais inclusiva, por um país antirracista, por uma democracia que incluísse mulheres, negros e indígenas – afirma a autora Lilia Schwarcz.
SOBRE OS AUTORES
Lilia Schwarcz é professora sênior do departamento de antropologia da USP e autora de, entre outros livros, “O espetáculo das raças” (1993), “As barbas do imperador” (1998, que recebeu o prêmio Jabuti de Livro do Ano) e “Lima Barreto: um triste visionário” (2017, vencedor do prêmio Jabuti de Melhor Biografia).
Spacca – é cartunista, ilustrador e autor de quadrinhos. Fez charges para o jornal Folha de São Paulo e publicou quadrinhos na revista Níquel Naúsea. Entre os livros que ilustrou estão “O Mário que não é de Andrade” e a versão em HQ de “Jubiabá”, de Jorge Amado, além das parcerias com Lilia Schwarcz em “D. João Carioca” e “As barbas do Imperador”.
“TRISTE REPÚBLICA: A PRIMEIRA REPÚBLICA COMENTADA POR LIMA BARRETO”
AUTORES: LILIA SCHWARCZ (TEXTO) E SPACCA (ILUSTRAÇÃO)
COMPANHIA DAS LETRAS
196 PÁGINAS
R$ 89,90
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