23 de novembro de 2023
ENTREVISTA COM SECRETÁRIO DE CONSERVAÇÃO

“Atuamos com tantas demandas diferentes que, muitas vezes, as pessoas nem sabem que somos nós. Nosso papel é dar qualidade e segurança para a rotina da população”. É assim que Marco Aurélio Regalo de Oliveira define a Secretária de Conservação do Rio de Janeiro (SECONSERVA), a qual administra.  Engenheiro de formação, Marco Aurélio entrou para a Prefeitura como estagiário e fez carreira.  Ao todo, já são 35 anos como servidor público, sendo que, como Secretário, está desde janeiro de 2023.

A ideia de criar uma pasta de Conservação veio de Eduardo Paes, em seu primeiro mandato, em 2010. Na época não havia um órgão destinado à conservação e as suas funções eram distribuídas em diferentes departamentos. Hoje acontece o contrário e a SECONSERVA atua como um “Grande Irmão”, atuando junto a outros setores. “O nosso objetivo é aumentar a vida útil do bem público, com a ajuda de subsecretarias operacionais e projetos especiais”, explica Marco.

Segundo o Secretário, o maior obstáculo é entender o funcionamento do Rio de Janeiro como um todo e trabalhar como síndico, levando em conta a diversidade urbana e as particularidades de cada região:

– A Zona Sul, por exemplo, é mais estruturada do que outros pontos, mas, em compensação, sofre com chuvas muito fortes devido à proximidade com o Maciço da Tijuca. Já a Zona Oeste, que equivale a quase 50% do município, é rural e mais ampla, com distâncias de trabalho enormes. – explica o secretário.

Hoje, a SECONSERVA atua em quatro frentes: licenciamento e fiscalização; manutenção de cemitérios; de chafarizes e drenagem e asfalto. Neste último, a Secretaria trabalha junto com a Comlurb na microdrenagem das vias e limpeza dos ralos, para evitar alagamentos, problema antigo no Jardim Botânico e arredores.

A rua General Garzon é muito afetada por chuvas (Foto: Chris Martins)

O asfaltamento do bairro também é uma questão, já que, além de alagamentos, a Rua Jardim Botânico é uma das vias com tráfego mais intenso da cidade e um dos principais acessos da Zona Sul à Zona Oeste, pela Barra da Tijuca. Em 2022, a Prefeitura implantou o programa Asfalto Liso, que vai revitalizar mais de 450 quilômetros de vias em todo o município. “Trata-se de um Projeto Especial. A ideia é facilitar o deslocamento das pessoas. A rua Humaitá já passou, a São Clemente e a Mário Ribeiro também e  Jardim Botânico está passando por esse processo”, – explica o servidor, que chama a atenção para o recapeamento recente feito em diversos logradouros da Gávea, como as ruas Marquês de São Vicente, Mary Pessoa, Cedro, Duque Estrada e Artur Araripe. 

– Cuidar do asfalto da cidade é uma tarefa mais complexa do que se imagina. A Secretaria possui quatro usinas para a produção do material, uma no Caju, uma em Jacarepaguá, uma em Santa Cruz e uma em Campo Grande. Também há laboratórios para testes, porque o asfalto, às vezes, não é feito da maneira convencional – dispara o Secretário.

A rua Humaitá foi uma das primeiras a ser recapeada (Foto: Divulgação)

As praças e parques também são pontos de interesse fundamentais para a Secretaria, que já revitalizou espaços como a Praça Cláudio Coutinho, no Leblon, além do próprio Parque Garota de Ipanema, no Arpoador. “O trabalho é contínuo para que as ações de conservação nesses locais não sejam interrompidas” -, explica o responsável pela pasta. 

Uma das metas de Marco Aurélio para 2024 é expandir as manutenções que já vêm sendo feitas, principalmente o recapeamento do asfalto na região. “Assim que finalizarmos o processo na Rua Jardim Botânico, vamos avançar para a Avenida Rodrigo Otávio. A ideia é criar um corredor confortável de Botafogo até a Gávea”, revela Marco, que ressalta a importância de trabalhos menores realizados rotineiramente, como ralos entupidos nas vias. 

– Meu sonho é que as pessoas esqueçam que a conservação existe. É sinal de que está tudo certo! – brinca o Secretário.

A rua Marquês de São Vicente foi beneficiada pelo programa “Asfalto liso”  (Foto: Divulgação)

 

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