15 de dezembro de 2020
MUSEU DO HORTO

Museu sem paredes, com muito conteúdo, espalhado por vários pontos da região. Assim é o Museu do Horto, criado em 2010 como Ponto de Memória, do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) para reafirmar a identidade do Horto Florestal, a partir da memória de seus moradores. “O conceito é de um museu comunitário, com objetivo de abrir espaço para as populações vulneráveis e preservação das histórias locais, que, no caso do Horto, remontam à colonização da área, já ocupada por engenho de cana, fábrica de pólvora e que virou o Real Horto (hoje Jardim Botânico), na época de Dom João”, explica Laura Olivieri, que ainda é a responsável técnica do museu. Foi a pesquisa de doutorado de Laura sobre a Freguesia da Gávea – denominação que incluía as áreas do Jardim Botânico e Horto –, que deu origem ao Museu do Horto, com duas vertentes: um museu de percurso e um museu virtual.

Em processo de migração de conteúdo para uma nova plataforma de hospedagem e devido à complexidade dos documentos – que incluem mapas, arquivos de áudio, vídeos, fotos e textos –, o site está fora do ar no momento. As visitas guiadas, entretanto, continuam. Três moradores do Horto fizeram capacitação do IBRAM para promoverem os passeios, um deles é Emerson de Souza, um dos fundadores e atual coordenador do Museu do Horto, além de presidente da Associação de Moradores do Horto (Amahor).

– Há oito percursos diferentes, de 45 minutos a 3h30, dependendo do interesse do grupo. A pandemia diminuiu a procura pelas visitas guiadas, mas, na semana passada, elas foram retomadas, e acredito que tenham potencial para crescer no contexto de turismo ecológico e valorização dos programas ao ar livre – observa Emerson.

As visitas guiadas são gratuitas e revelam pontos de interesse do Horto Florestal, patrimônio material e imaterial do Rio de Janeiro. Os tours passam por casas de famílias de antigos trabalhadores escravos, ruínas de senzala, sede de fazenda colonial e antigos aquedutos que abasteciam a cidade no período colonial, cavernas e grutas, além das vilas operárias construídas no entorno das antigas fábricas Carioca e América Fabril, parte da memória da industrialização brasileira do início do século XX. Os guias ainda contam a história de terreiros, passam por açudes e caminhos em pé de moleque, além de mostrar a utilização da floresta como fonte de ervas medicinais e sua importância para as religiões afro-brasileiras. O maior trajeto é uma parceria com o Museu da Memória Negra e o Museu da Rocinha – Sankofa – Memória e História, que entra pela Mata do Pai Ricardo e vai até o Parque da Cidade, conhecido como percurso do Capim Santo ou do Capim Sagrado.

Agendamento das visitas pelo telefone 99820-5932, por e-mail ou mensagens no Facebook e Instagram da instituição.

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