O ano vai chegando ao fim e a sensação é de que ele nem começou, especialmente no Brasil, onde ele só começa mesmo depois do carnaval. Tudo isso devido à pandemia de COVID-19. Apesar de as regras de contato social estarem em fase de flexibilização, o coronavírus ainda preocupa, especialmente com a notificação de casos de reinfecção no Brasil e no mundo e a ameaça real de uma nova onda. Para combater a falta de informação e ampliar o alcance de medidas preventivas, entrevistamos a diretora do Lach Laboratório, Barbara Lucena:
- É possível comprovar a reinfecção por coronavírus?
LACH LABORATÓRIO: Sim, um paciente que apresentou PCR positivo no passado, ou sorologia positiva que apresente um novo PCR positivo ou aumento dos títulos sorológicos, é compatível com um novo contato com o vírus.
2. O Lach oferece exame capaz de detectar uma possível reinfecção?
LACH: Os exames são os mesmos. O PCR detecta de zero a 10 dias, aproximadamente, após o contato; enquanto o IgA, de 2 a 20 dias; o IgM, de 5 a 15 dias; e o IgG, de 7 a 25 dias. Lembrando que o período em todos os casos é aproximado e deve ser contado após o contato, e não após os sintomas, que, quando aparecerem, levam de 7 a 14 dias para se manifestar. Por isso também, muitas vezes há sintomas e PCR negativo. Nesses casos, a sorologia ajuda a detectar.
3. As reinfecções são mais ou menos graves do que a primeira?
LACH: Pelo que estamos vendo, no geral, são menos graves, muitos sem nenhum sintoma. Há algumas alterações genéticas individuais que favorecem infecções mais graves, mas isso não é comum.
4. O que fazer para não ser reinfectado?
LACH: É preciso manter os mesmos cuidados básicos: lavar as mãos, usar uma máscara limpa, evitar tocar no rosto e, principalmente, evitar aglomerações.
5. O Lach já detectou algum caso de reinfecção?
LACH: Vários. Todos estão circulando com o “fim” da quarentena. O contato com outras pessoas – e com o vírus transmitido facilmente – se tornou comum. Lembro que contato com o vírus ou qualquer exame que mostre esse contato positivo, NÃO significa doença. Contato é só contato! A importância de saber nesse caso em que não há sintomas é evitar contaminações. Usualmente, pessoas com contato recente têm uma janela de transmissão quase imediata ao contato. Mas lembro também que, mesmo que o contato seja nas mãos apenas, uma mão suja transmite o vírus para outra pessoa por contato. Se o contato adentrar vias respiratórias, mesmo que o paciente não tenha nada, ele ainda pode transmitir por respirar ou perdigotos. Por isso, os grupos de risco precisam se manter atentos.
6. Com um percentual pequeno da população testada, é provável que vários casos de reinfecção não sejam computados?
LACH: Sim, é possível, como em qualquer outra situação. Nem todos os doentes fazem exames e nem todo mundo tem o hábito de fazer check-up também.
7. O ideal é que as pessoas façam testes mais de uma vez?
LACH: É indicado sempre que houver possibilidade de contato e/ou sintomas ou mesmo preventivamente, antes de se encontrar em grupos.
8. Qual é a recomendação geral no atual momento da pandemia?
LACH: Cuidar da saúde e da higiene. Estudos mostram o tempo todo que, quanto melhor a imunidade, menos chance de contágio e também melhor recuperação.
Outras dicas e esclarecimentos sobre Covid-19:
- O Covid-19 é responsável por uma doença chamada Sars 2 (Síndrome de Insuficiência Respiratória Aguda), cuja complicação leva à entubação.
- Pacientes com IgG positivo e que mantém seu sistema imunológico em bom funcionamento estão protegidos contra o Covid-19/Sars 2.
- Não há vacina ou anticorpo que proteja as pessoas do contato com um vírus ou bactéria. Os anticorpos e vacinas fazem com que a pessoa se defenda em caso de contato. Se os anticorpos vacinais (IgG) caem ou se a imunidade entra em declínio, a doença pode aparecer.
- Muitos pacientes apresentam PCR positivo em algum momento, a maior parte deles sem sintomas. Isto acontece porque há anticorpos combatendo o vírus.
- Quando a vacina estiver disponível, o exame que será realizado para verificar se a vacina “pegou” é o mesmo IgG sintetizado através de S1, que utiliza o método ELISA (fabricação alemã). Já adotado pelo Lach, este método é o único até hoje testado e com 100% de sensibilidade e especificidade.
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