26 de outubro de 2023
OS MUITOS RITMOS DE BARBARA LAU

“A minha maior expressão”. É assim que Barbara Lau define o papel da música em sua vida. Nascida no Rio de Janeiro, a cantora e educadora musical de 56 anos exercita o lado artístico desde pequena e tinha como atividades favoritas cantar e tocar violão. “Sempre fui muito curiosa para aprender instrumentos na escola e cheguei até a participar de concursos mirins”, conta a cantora que, além do violão, toca repique e outras percussões. O primeiro contato com música foi à base de canções americanas e inglesas, principalmente por conta família:

– Eu tinha um primo que era amigo de alguém influente em uma rádio carioca. Por isso, ele conseguia vinis de diversos artistas, como Elton John, álbuns de disco music e até os singles ‘Isn’t She Lovely’ e ‘Part-time Lover’, do Stevie Wonder, que guardo com carinho até hoje – lembra Bárbara, que tem o artista como seu ídolo maior.

Após o ensino médio, Barbara cursou hotelaria e foi passar um período estudando na Alemanha. No retorno ao Brasil, em meados da década de 1990, ela integrou o grupo Bambu, junto a Cristina Braga (harpa), José Staneck (gaita) e Ricardo Medeiros (contrabaixo), e  lançaram dois álbuns, com repertório variado. “Nós regravamos alguns clássicos da MPB, mas também tínhamos algumas composições autorais. Chegamos a fazer uma turnê pela Europa”, lembra a ex-integrante do grupo que acabou no início dos anos 2000.

Bárbara e Gerson King Combo

Após o fim do primeiro projeto profissional, Bárbara estava decidida a seguir carreira na música e, pouco tempo depois, formou o Supergroove, em parceria com o DJ Ronaldo Pereira. Nesta nova empreitada, ela fez um retorno às suas raízes. “Eu ouço de tudo, mas a minha grande paixão é a black music e todos os seus subgêneros: blues, soul, R&B e funk”, explica a musicista, que cita  como referências nacionais Tim Maia, Cassiano e Gerson King Combo, com quem chegou a gravar com a banda. Em 2007, o single “Funk Original”, composição de sua autoria, foi lançado, e até hoje, é a canção mais conhecida do Supergroove. “Nós tivemos mais de 30 músicos, de diversos segmentos, participando dos nossos álbuns, foi uma experiência ótima”, revela.

O trabalho com os grupos musicais levou Bárbara a descobrir uma outra paixão: a educação. Acabou se tornando professora de música da Escola Alemã Corcovado (EAC) onde leciona há mais de duas décadas, atualmente como coordenadora musical. Em 2009, ela ingressou no Conservatório Brasileiro de Música (CBM) e a partir fez contato com o carnaval carioca, estagiando em dois blocos carnavalescos, como monitora de repique e cantora. E o lado folião não parou mais. Desde 2011 ela é presença certa no Bloco da Pracinha, que acontece na Praça Pio XI, no Jardim Botânico. “Um dia fui assistir e me pegaram para dar uma canja, que se repetiu por três anos. Acabei assumindo a direção musical e montei uma banda com educadores musicais e um naipe de metais e percussionistas de outros blocos do Rio”, conta ela, responsável pela famosa volta no quarteirão do prédio Touch, acompanhada da banda e das crianças e seus familiares. 

A cantora e o índio pataxó no último  Bloco da Pracinha 

Moradora do Humaitá em diversas fases da sua vida, Bárbara voltou ao bairro no começo do ano e está enamorada com a região, especialmente com o Jardim Botânico, onde costuma caminhar. “Morar no Humaitá, perto da Lagoa, tem sido uma grata surpresa. Além de ser um lugar silencioso e arborizado, é um lugar perfeito para se movimentar, passear com os cachorros e andar de bicicleta. Adoro a proximidade com o Jardim Botânico, que é um bairro artístico, sempre acolhedor e receptivo às manifestações culturais – afirma ela, que se alterna entre a região e Copacabana, onde mora o filho André e a mãe Yara. 

Nesta sexta-feira (27/10), Bárbara vai realizar um sonho, se apresentando no Parque Lage, na festa de 20 anos do JB em Folhas. “Como parceira da Chris no bloco, eu já tinha me comprometido a fazer algo nas comemorações do jornal, mas depois que soube aonde seria decidi que era hora de criar um projeto especial, que estava na gaveta. Daí veio a ideia da “Black is Beautiful Band” ou B.B. Band“,  explica Bárbara. Acompanhada pela banda formada por Robson Riva (bateria), Igor Albuquerque (baixo) e Heitor Nascimento (guitarra), a cantora vai mostrar um repertório focado em black music nacional e internacional, com direito a uma homenagem a Gerson King Combo, com “Mandamentos Black”.  O setlist se completa com “Hora de União”, de Lady Zu, além de outros nomes consagrados, como Sandra de Sá, Stevie Wonder e Jackson 5. “Para mim, é uma honra tocar na festa. Além da apresentação ser em um local icônico, é uma maneira que tenho de voltar à música negra, a maior responsável pela minha formação musical. Por enquanto, é um projeto pontual, mas quem sabe ele não ganha vida própria?, aposta.

A B.B.Band no Parque Lage, palco da festa (Foto: Roberto Rangel)

Para o futuro, Bárbara não esconde a vontade de se aposentar, mas revela o desejo de seguir sempre ao lado da música:

– Quero empreender mais dentro da música, como produtora e, principalmente, como educadora. Hoje, estou fazendo uma especialização em alemão, algo que quero explorar e colocar em prática – revela ela, que tem dois canais no YouTube, um voltado a parte educacional e outro para a carreira solo.

5 Comentários

  1. Clarissa Ewald

    Que história linda – somo presenteados pela carreira da Bárbara!

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  2. Rooney de Lima Miranda

    Pqp prima, tú é fod@@@@@@.
    Amo-te!!!
    ❤️❤️❤️

    Responder
  3. Rooney de Lima Miranda

    P.q.p. prima, tú é fod@@@@@@.
    Amo-te!!!
    ❤️❤️❤️

    Responder
  4. Alexandre

    Uma voz marcante com emoção.
    Pessoa admirável.

    Responder
  5. Cidinha Andrade

    Bela carreira Bárbara! Admiro-a e fico feliz com seu sucesso. Deus a abençoe sempre

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