9 de junho de 2022
PACIÊNCIA E BOA VONTADE FAZEM A DIFERENÇA

Em 9 de junho celebra-se o Dia do Porteiro. Muito além do que abrir e fechar portas e portões, o trabalho inclui inúmeras funções: controlar a entrada de pessoas, receber encomendas e correspondências, zelar pela ordem no condomínio, manter o local de trabalho limpo… O que não está escrito em lugar nenhum é que o porteiro deve ser simpático, educado, prestativo e, ao mesmo tempo, discreto e, algumas vezes, invisível. O profissional Célio Rodrigues, que zela pelo bom funcionamento do prédio de número 70 da praça Pio XI há 25 anos, acrescenta ainda doses de paciência e boa vontade. O edifício tem bastante movimento e rotatividade, são 67 apartamentos, divididos em dois blocos.

– O mais difícil é lidar com o público. Tem pessoas tranquilas e outras mais complicadas. É preciso encontrar o equilíbrio. Durante o dia tem muita gente circulando, mas à noite fica mais tranquilo – observa ele, que divide o trabalho com outros dois funcionários.

Celinho, como é conhecido pelos moradores do entorno da pracinha, veio da pequena Carnaubal, no Ceará, quando tinha 18 anos. Este foi seu primeiro emprego de carteira assinada. Ele gosta do trabalho e procura tratar todos bem, sem ignorar ou destratar quem quer que seja: “O que atrapalha, às vezes, é que o serviço prende muito e fica difícil resolver algumas questões de ordem prática. A sorte é que, como moro e trabalho no mesmo lugar, fica mais fácil resolver as outras coisas do dia a dia”, observa ele, que não sente falta de nada no bairro e costuma fazer pequenas compras no Mercado Afonso Celso.

Morar no Jardim Botânico é maravilhoso para ele, que curte o silêncio e a tranquilidade daqui. O porteiro costuma dar uma corridinha na Lagoa e frequenta tanto o Jardim Botânico como o Parque Lage com a família. Ele aproveita seus momentos livres para brincar com seu filho Rafael, de 8 anos. O menino estuda no colégio Divina Providência, onde também faz aulas de Parkour e futebol.

O filho foi responsável por despertar em Célio um senso maior de coletividade. Se ele já era conhecido e amigo de todos, agora é também das crianças, com quem costuma jogar bola na pracinha. O espaço é como o quintal de sua casa, e ele acaba se envolvendo em seus cuidados. Ele está sempre de olho no movimento da Escadaria Marielle Franco, que vinho sendo frequentada por uma turma mais barulhenta, de fora do bairro. Mas a presença diária da patrulha do JB Presente tem inibido as reuniões.

– Sinto falta de uma pessoa que cuide da pracinha. Agora, então, que o Cláudio [gari] está de férias, ela tem ficado mais suja. O coco de cachorro é outro problema. Tem gente que finge que não vê e deixa a sujeira pelo caminho. Sempre que vejo isso, dou um toque para a pessoa recolher o coco – diz ele, que conta com a ajuda de outros porteiros para manter a praça organizada.

Consciente da importância de zelar da área em que vive, o cearense faz sua parte. Quando sabe de algum problema de falta de luz ou lâmpada queimada, avisa a moradores bem relacionados para que eles ajudem a solucionar a questão, uma vez que a atual diretoria da AMAJB, que adotou a Pio XI, não costuma frequentar o lugar.

O filho segue os passos do pai e faz o que pode para manter a pracinha um local agradável e bom para brincar: “O Rafa tem iniciativa, quando vê uma planta com cara de seca, corre para pegar água e regá-la. Se alguém quebra uma plantinha, vai até amiguinho pedir para não fazer mais isso”, orgulha-se.

O exemplo vem de casa. Celinho está sempre atento ao bairro e participa de grupos como JB Presente, no What’s App, para acompanhar o que está acontecendo na região. Para ele, os eventos na pracinha são bons, porque ocupam o espaço, e os moradores cuidam do local: “O que incomoda é quando fazem festa à noite e deixam garrafas espalhadas no local, até no parquinho das crianças. Mas isso é minoria”, atesta.

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