14 de abril de 2022
QUEM NÃO TEM CELULAR VELHO, QUE ATIRE O FONE

Julia Amôedo*

A reciclagem é um assunto cada vez mais urgente. E com razão: só no Brasil, são produzidas cerca de 80 milhões de toneladas de lixo por ano. Porém, entre os diferentes tipos de resíduos, um deles ainda é pouco reaproveitado, o chamado lixo eletrônico.

Esse lixo é composto por qualquer aparelho elétrico ou eletrônico que não tenham mais utilidade, de geladeiras, TVs e ar condicionados a celulares, baterias e computadores. No mundo, são descartadas mais de 53 milhões toneladas de aparelhos eletroeletrônicos e pilhas por ano, e o Brasil está entre os maiores produtores de lixo eletrônico. Nesse ranking negativo, o país é o quinto colocado no mundo e o primeiro na América Latina. Apesar disso, só 3% dos dois milhões de toneladas produzidas pelos brasileiros foram recicladas, segundo relatório desenvolvido pela Universidade das Nações Unidas.

Assim como todo lixo, o eletroeletrônico tem a capacidade de causar danos ao meio ambiente e à saúde da população, quando descartado incorretamente. No caso específico desse tipo de resíduo, o problema é gerado pelos metais pesados presentes na composição dos aparelhos, que contaminam o solo, os lençóis freáticos, a fauna e a flora, além de reduzirem o tempo de vida de aterros sanitários.

É nesse cenário que surge a startup de impacto socioambiental Reciclotron. O projeto começou com o Programa de Extensão Sustenta-Vida, do Instituto de Saúde de Nova Friburgo, da Universidade Federal Fluminense. Ele funciona com um aplicativo que indica o Ecoponto de coleta mais próximo do usuário. Ao chegar ao local, a pessoa deixa o lixo eletrônico, escaneia o QR Code e registra os Reciclopontos gerados, que podem ser trocados por produtos da rede de parceiros, como a cervejaria artesanal Lumiarina, ou doados para instituições sociais.

A empresa também ajuda na coleta de equipamentos em funcionamento para serem doados a projetos de inclusão digital e tem três pontos de coleta na Região: a Paróquia São José, o Espaço Convivência Sustentável, na Lagoa, e O Sol Artesanato. Entre os materiais recolhidos estão aparelhos de DVD e de som, cabos, câmeras, celulares, fones de ouvido, impressoras, tablets, telefones e notebooks. Em 2021, a startup ficou em terceiro lugar no Prêmio Green Rio de Inovação e participou de eventos de sustentabilidade, como o aniversário de 90 anos do Cristo, com a Memória da Vila Sustentável.

No Rio de Janeiro, os pontos de coleta do Reciclotron são no Espaço de Convivência Sustentável, na Lagoa, e na Paróquia São José.

Ecopontos Reciclotron:
Espaço Convivência Sustentável: Av. Borges de Medeiros, nº 1.444 – ao lado do Parque dos Patins.
Paróquia São José: Av. Borges de Medeiros, 2735 – Lagoa

O Sol Artesanato – Rua Von Martius 213

Outros pontos de coleta de lixo eletrônico:
Galpão das Artes da Comlurb: Avenida Padre Leonel França, S/N – Gávea
Rede Entropia: Rua das Acácias, nº 19 – Gávea
Clube de Regatas Flamengo: Avenida Borges de Medeiros, nº 997 – Lagoa

Estagiária, sob a supervisão de Betina Dowsley.

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