Morador do Jardim Botânico há 30 anos, entre idas e vindas, Bruno Jacques tem o mesmo tempo de trabalho com projetos de educação socioambiental. Mas 2024 começou diferente, quando ele, junto com mais dois amigos, teve a ideia de criar o Cultivo de Territórios, que está acontecendo dentro da Escola Municipal Camilo Castelo Branco, no Horto.
– Ano passado fui voluntário de um outro projeto, que depois saiu e, a partir daí fiz contato com a diretora da escola e agora estou cuidando dos canteiros com as turmas do Ensino Fundamental II, com jovens de 10 a 15 anos, uma vez por semana. – explica o educador.
A semente do Cultivo de Territórios foi plantada por Bruno e mais dois amigos: a psicopedagoga Zanela Bethlem e o advogado Saulo Araújo, todos moradores do Jardim Botânico. Mas, por questões familiares e de agenda, somente o educador está tocando o projeto, que tem como proposta promover a educação socioambiental por meio da recuperação dos canteiros da escola, a construção de composteiras e a identificação das espécies locais.
Saulo, Zanella e Bruno, no começo do projeto Cultivo de Territórios
Bruno está satisfeito com o que está sendo construído no Castelo Branco e com a troca entre os outros professores. Para ele, o trabalho com a horta está relacionado à cultura, ao engajamento. Isso ajuda os jovens a ter um olhar diferente. E também serve de apoio a outras matérias. Agora mesmo, ele, mestre em capoeira, está ajudando uma das turmas a montar um boi para a festa junina da escola, dia 5 de julho e destaca a importância ligar a cultura e o meio ambiente.
– Nós acabamos abrindo mão da escola pública e ela merece, e deve, ser ocupada. A ideia é transformar o Horto (e o Jardim Botânico) em um bairro educador. Estamos plantando agora para colher em 2025 – aposta Bruno.
A diretora Denise Mello está alinhada com a proposta do Cultivo de Territórios e também recebe outros dois projetos com foco no meio ambiente: o Guardiãs da Mata e o Horto Natureza. O primeiro é da Prefeitura e tem como iniciativa valorizar e empoderar lideranças comunitárias femininas da localidade. O grupo do Horto, liderado por Janaína Gama, circula pela região levando informação sobre a Mata Atlântica e tem ajudado na arrumação dos canteiros. Já o Horto Natureza foca na limpeza dos rios e tem à frente o morador Roberto Fonseca, idealizador do projeto.
Os canterios da Escola Municipal Camilo Castelo Branco antes e depois do projeto.
Em abril, Bruno conseguiu o reconhecimento do Cultivo de Territórios pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática como uma Sala Verde, que representa um reconhecimento ao projeto político pedagógico.
– Essa chancela vai ser útil para esta nova fase em que estamos fazendo captação e buscando patrocinadores e editais de fomento. A porta do Cultivo de Territórios está aberta a todas as pessoas bem intencionadas, que queiram ajudar a construir uma consciência coletiva bio integrada e sistêmica, através da educação, da arte e da natureza”, atesta.
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