20 de abril de 2023
LIVROS PARA ENTENDER MELHOR A CAUSA INDÍGENA

19 de abril sempre foi o Dia do Índio. Mas desde 2022, através da Lei 14.402, a data comemorativa passou a ser chamada de Dia dos Povos Indígenas. Muita coisa aconteceu desde a sua criação, em 1943, durante o Estado Novo, de Getúlio Vargas, Inspirada no Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940. Já naquela época se pedia mais respeito das autoridades governamentais com as diversas populações indígenas do continente, que sempre sofreram discriminação e, sabidamente, tiveram muitos dos seus povos mortos sistematicamente.

É necessário atuar em diversas frentes para que esses povos sejam respeitados e as mudanças já começaram, a partir da língua portuguesa, que aboliu palavras como índios e tribos. De acordo com a ex-deputada e atual presidente da FUNAI, Joenia Wapichana, o termo “índio” é pejorativo, já que, muitas vezes, é usado para denominar algo atrasado, selvagem.

Por conta disso, ler a história e lutas dos povos indígenas brasileiros se faz necessário. Para entender e respeitar. Entre os autores que têm escrito sobre o tema está Ailton Krenak, que, como bem define o sociólogo Muniz Sodré, “é um filósofo originário” e tem em “Ideias para adiar o fim do mundo” um de seus livros mais vendidos. Aliás, toda a coleção apresentada pela Companhia das Letras merece uma atenção.

Seguem algumas sugestões de livros já publicados que valem a leitura.

Futuro Ancestral (Editora Companhia das Letras, 128 Página, R$34,90)
Último lançamento de Ailton Krenak, em 2022, o livro apresenta a luta dos povos indígenas brasileiros em busca de direitos, mostrando que é possível lutar por um futuro melhor, mesmo que as circunstâncias sejam desfavoráveis. O autor conta sua história de vida e de luta, como a cultura indígena é importante para o futuro do nosso país. O livro é escrito de maneira acessível e é uma leitura enriquecedora para quem está interessado na cultura indígena brasileira.

 

A terra dos mil povos: História Indígena do Brasil Contada por um índio (Editora Peirópolis, 130 Página, R$43)
O Brasil é a terra dos mil povos, o seio que abrigou os filhos de muitas terras estrangeiras e que alimentou, com amor de mãe genuína, os milhares de povos indígenas que aqui habitavam há cerca de 15 mil anos. Quem eram e o que pensavam os primeiros habitantes desta terra? Antropólogos se debruçaram sobre essa questão e deixaram contribuições definitivas para a compreensão desse capítulo da nossa história. A maioria das nações indígenas, no entanto, permaneceu calada, sofrendo passivamente as influências da civilização do homem branco, que chegou tão perto e, no entanto, optou por manter-se distante, atirando no esquecimento toda a riqueza da tradição, do pensamento e da espiritualidade indígenas.
No Tremor do Mundo – ensaios e entrevistas à luz da pandemia (Editora Cobogó, 352 páginas, R$59,90)
Lançado em 2020, o livro é uma obra coletiva a respeito da pandemia da Covid-19, que assolou o mundo durante quase três anos. Idealizado por Luísa Duarte e Victor Gorgulho, o trabalho reuniu nomes como Sílvio Almeida, atual ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania; Tatiana Roque, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista e filósofo. Este último, atentou para o impacto do vírus no cotidiano dos povos indígenas.

Aldeias, palavras e mundos indígenas (Editora Companhia das Letrinhas, 24 Páginas, R$39)
Lançado em 2019, o livro de Valéria Macedo se mantém atual pelas curiosidades que oferece ao leitor a partir de 4 anos. A obra promove um passeio pelos costumes de quatro povos indígenas diferentes: os Yanomami, os Krahô, os Kuikuro e os Guarani Mbya.
Yano, Ëjcre, Üne, Oo ― por incrível que pareça, essas quatro palavras significam a mesma coisa. Representam, na língua de quatro povos indígenas diferentes (os Yanomami, os Krahô, os Kuikuro e os Guarani Mbya), o vocábulo casa. Através delas e de muitas outras palavras, neste livro o leitor é convidado a conhecer um pouco da vida e dos costumes desses grupos: onde moram, como se enfeitam, suas festas, sua língua.

A Boca da Noite (Editora Zit, 40 Páginas, R$34)
Escrito por Cristino Wapichana, o livro foi lançado em 2017 e recebeu vários prêmios, como o FNLIJ 2017 (categorias Criança e Melhor Ilustração) e o terceiro lugar na categoria infantil do 59º Prêmio Jabuti. A história gira em torno da infância do personagem principal, Kupai, que pertence ao povo indígena Wapichana e retrata costumes, histórias e o cotidiano deste povo. A trama é repleta de reviravoltas e faz com que o leitor se sinta teletransportado para dentro da aldeia.

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