8 de abril de 2025
TRAJETÓRIA DO EMPREENDEDOR CEGO EURICO CUNHA INSPIRA LIVRO DE MAURO VENTURA

O empresário Eurico Cunha esteve à frente dos mais renomados restaurantes do país, ao lado de chefs como Claude Troigros, Dânio Braga, Joachim Koerper, Felipe Bronze e Silvana Bianchi. Foi sócio de Alain Ducasse, o chef com o maior número de estrelas Michelin do mundo. Com Fidel Castro, abriu o restaurante La Isla, na Zona Sul do Rio de Janeiro, quando Cuba decidiu fazer investimentos fora do país. Encarou o desafio de ter ficado cego aos 6 anos de idade e marcou sua jornada pelo pioneirismo e pela inovação, sendo referência em gestão pública, empreendedorismo e acessibilidade. Todas essas histórias e muitas outras estão na biografia deliciosa (com duplo sentido) que o jornalista Mauro Ventura assina ao lado de Eurico, intitulada “Não precisa acender a luz” (Editora Tinta Negra).

Não faltam histórias para contar. Além de toda a parte dedicada à gastronomia, há também as mil e uma aventuras vividas por Eurico, com depoimentos de amigos próximos e de profissionais com quem trabalhou. Uma parte é dedicada à infância: a realização de que não iria mais enxergar, a vontade de não ser definido pela sua deficiência, o apoio da família, a relação com seu pai, o internato para crianças cegas até os 13, o primeiro emprego aos 14 anos, o pioneirismo na luta pela inclusão e o combate a estereótipos, a formação acadêmica, a coordenação do Mestrado em Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, e depois Consultor.

É também retratada toda a sede de viver de Eurico, definido como lifeaholic, com relatos divertidos de suas aventuras: desfiles em escola de samba, eventos culturais inesquecíveis (com direito a Frank Sinatra e Paul McCartney no Maracanã), viagens para mais de 60 países conhecendo culinárias, culturas, vinhos, museus, bibliotecas, sem ter visto uma única paisagem. Serviu de inspiração a Aldir Blanc e Ivan Lins para a música “Cegos de Luz”. Rodou o Brasil do Oiapoque ao Chuí.

“Não somos necessária e exclusivamente o que esperam de nós, mas com certeza as expectativas, os ditos e as atitudes dos ‘outros’ significativos que nos cercam, balizam a formação do nosso eu. À minha família devo a capacidade de acreditar que é factível alcançar o que pode estar inacessível e manter a determinação de lutar para criar as condições que tornem viável o que era impossível”, conta Eurico.

Serviço
Não precisa acender a luz
Autor: Mauro Ventura
Editora: Tinta Negra
Páginas: 420
Valor: 103,00
Venda disponível no site e nas lojas da Livraria da Travessa

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