Em meio a árvores e espécies raras, o Acervo e Memória do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) tem lugar de destaque para guardar seus 215 anos de história. Localizado em um prédio reformado, na rua Major Rubens Vaz (dentro dos limites do parque), o espaço guarda mais de 25 mil itens, entre objetos, móveis, fotos e muitos negativos, inclusive de vidro, com registros diversos, desde plantas à fotos históricas.
“Nesses mais de dois séculos, o Brasil passou por eventos que balançaram o país inteiro, mas não as palmeiras do JBRJ”, brinca Raul Ribeiro, que foi promovido há um ano chefe da divisão de acervo e memória da instituição.
Fechado ao público, mas disponível para consulta on-line através do site, o acervo é antigo no parque, mas somente há poucos anos começou a ter a atenção merecida, com digitalização e higienização de muitos itens. Em 2020, veio a mudança para o prédio atual que apesar do visual moderno, foi construído há muito tempo e funcionava anteriormente como uma garagem de carros. O espaço conta com duas reservas técnicas, uma 3D, que guarda objetos, instrumentos científicos e medalhas; e outra só para fotos e negativos, inclusive em vidro, preservados em armários adequados, com boa climatização.
Um dos primeiros registros do Centro de Visitantes do JBRJ
Para dar conta da conservação das peças, Raul conta com uma equipe formada por uma museóloga, dois assistentes administrativos, uma arquiteta, e mais três estagiários, além dele. “É um trabalho em equipe e estamos conseguindo também unir outros departamentos do parque. Junto com a biblioteca, a pesquisa, museologia e a arquivologia, seguimos preservando juntos”, afirma o chefe da divisão que se sente honrado com tal responsabilidade. E a dedicação, segundo ele, já está tendo retorno. Recentemente eles receberam da Dra. Rafaela Forzza – que foi curadora do herbário do JBRJ por mais de dez anos e agora está de licença para um trabalho para o ICMBio -, algumas medalhas, entre elas uma recebida do Smithsonian Institute, em Washington, para serem preservadas pelo departamento. Outra doação foram os mais de 10 mil itens do acervo do botânico João Geraldo Kuhlmann (1882-1958), que passarão por restauração e serão acondicionados lá. O botânico deu grande contribuição para o conhecimento da flora brasileira e influenciou um grande número de pesquisadores.
– Como servidor público, tenho a responsabilidade de tornar o acervo o mais acessível possível e me sinto muito feliz e honrado de poder fazer parte da história dos mais de 200 anos do Jardim Botânico – conclui Raul.
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