Todo músico tem aquele sonho secreto de gravar em um estúdio icônico, por onde algum dos seus ídolos já passou. Com mais de 40 anos de carreira, o baixista Rodrigo Santos realizou o dele, junto com o s amigos – e igualmente músicos – Nani Dias (baterista) e Ricardo Palmeira. O trio retomou o grupo Front e criou um projeto para gravar cinco álbuns e clipes em famosos estúdios do mundo. A ideia surgiu no lendário Abbey Road, em Londres, quando Rodrigo e Nani viajaram para gravar com outro grupo, Os Britos. A viagem acabou inspirando e despertando a vontade de se aventurar pelos estúdios icônicos da Europa, por onde passaram David Bowie, U2, Rolling Stones, Elton John, Madonna e The Police,entre outros astros internacionais.
– O Front completou 40 anos em 2023. Quando voltamos da Inglaterra, este projeto nem passava pela nossa cabeça. O Nani tinha feito um single e eu, um hip-hop, e quando nos reunimos, lembramos como nossos vocais casavam bem e decidimos chamar o Ricardo e reunir a banda novamente. – recorda o baixista.
Os dois primeiros álbuns (Tempo/Espazo Espazo/Tempo),foram gravados no Brasil, no conceituado Mega Estúdio, no Rio de Janeiro. Já o terceiro álbum (The Hansa Álbum), foi em Berlim e eles tiraram onda como os primeiros brasileiros a gravar no mesmo local em que David Bowie e U2, entre outros, deixaram sua marca.
Rodrigo, Nani e Ricardo no mesmo estúdio onde o U2 gravou
– Foi uma viagem muito especial. Estar ali, com seus parceiros e sua família, fazendo o registro da sua obra, prestes a completar 60 anos. Pensei….esta é a vida que eu quis”, confessa Rodrigo, lembrando da frase da música “Pro Dia Nascer Feliz”,eternizada pelo seu antigo grupo, o Barão Vermelho.
Gravado em fevereiro deste ano no Wisseloord Studio, em Hilversum, Holanda, o quarto álbum (XXX DUTCH) e o clipe Europa, chegaram às plataformas digitais no dia 5 de abril, aniversário de Rodrigo. Toda a pré-produção, produção,filmagem, gravação e mixagem dos álbuns foi feita pelo trio, que contou também com a ajuda dos familiares na produção de conteúdo digital, fotografia, backing vocal e guitarra em algumas faixas. A filmagem e edição dos clipes ficou a cargo de Pedro Paulo Carneiro.
O baixista e a mulher, Patrícia, na Holanda
Da forte inspiração eletrônica do Hansa, em Berlim, ao ambiente acalorado de Wiseloord na Holanda, cada álbum se moldou ao estúdio em que foi gravado. O mais recente lançamento do grupo ainda contou com um ingrediente especial, foi produzido no mesmo local em que a banda The Police, ídolos de Rodrigo, fizeram seu terceiro álbum. O amor do baixista pela banda britânica é tão grande que rendeu um projeto separado, o Call The Police, um tributo que conta com a presença do guitarrista Andy Summer, integrante do grupo original, em algumas apresentações, a partir de agosto.
Satisfeito com o resultado do projeto, o trio embarcou no primeiro final de semana de abril para gravar o quinto álbum e seu respectivo clipe, no Metropolis Studios, por onde passaram Amy Winehouse e Foo Fighters, entre outros. O novo trabalho ainda não tem título definido e a previsão de lançamento é maio.
Rodrigo e o Wisseloord Studio
The Police noE engana-se quem pensa que Rodrigo vai descansar depois desta maratona musical. Assim que voltar, ele começa a produção do lançamento deste novo trabalho e a preparar alguns shows, antes de embarcar no projeto Call the Police. Em outubro o Front volta a se reunir e embarca para gravar um novo álbum na Europa. Sem falar dos shows da sua carreira solo.
Desde que assumiu os rumos da sua carreira, Rodrigo transborda energia e assume outras funções além do papel de músico. Ele também faz as vezes de diretor de marketing, produtor e até roteirista. Há 19 anos ele deixou as drogas de lado e não teve uma recaída. Confessa que sua vida é mais ativa e se mostra sempre disponível para ajudar. Seja alguém que deseja largar o consumo de substâncias, ou participando de palestras em escolas para contar sua experiência.
-Eu poderia ter morrido. Não nego a diversão que tive no passado, isso é hipocrisia. Foi bom, teve o seu tempo, parei e no meu processo de desintoxicação, nunca parei de fazer shows e encontrar os amigos. Fui coordenador na clínica que me ajudou e me tornei uma referência, justamente por não ter cedido à tentação.
Para o futuro, Rodrigo quer seguir nesta linha de projetos, realizando alguns sonhos. “Viajar com a família e amigos, gravar discos, fazer shows, compor. Esse projeto com o Front é especial porque está nos levando ao berço do rock em todos os lugares do mundo. E ainda nos dá a oportunidade de apresentar estes estúdios. Essa é a vida que eu quis! – repete Rodrigo, usando a frase da música do Barão como mantra.
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