O nome atual é Teatro XP, mas todo mundo conhece como Teatro do Jockey. A confusão é justificada. O espaço foi criado em 1992, aproveitando um imóvel vazio dentro de um dos mais tradicionais e bem localizados clubes do Rio de Janeiro. De 2001 a 2014, a Prefeitura do Rio de Janeiro pagou aluguel ao clube e incorporou o teatro à lista de equipamentos culturais do município.
Sob a direção da atriz e dramaturga Karen Acioly, o Teatro do Jockey tornou-se referência de espetáculos infantis de qualidade e importante ferramenta na formação de público. Foi lá que, a partir de 2003, Karen criou e abrigou o primeiro Centro de Referência do Teatro Infantil. Durante sua administração, o Teatro do Jockey foi palco de mais de 450 espetáculos nacionais e internacionais, residências artísticas e ateliês, além de sede de edições do Festival Internacional de Intercâmbio de Linguagens (FIL) e do Fórum Nacional de Cultura Infância.
– Não podemos esquecer a história linda e feliz do Teatro do Jockey, que por mais de dez anos foi centro de referência modelo para muitos lugares do Brasil. A programação abrigava todas as linguagens, do circo à música, sempre com preços populares e público diverso. As pessoas iam até lá mesmo sem saber o que iriam assistir – destaca Karen.
O fechamento do espaço foi anunciado no final de 2014, com o fim da parceria com a Prefeitura. A antiga diretora do teatro lembra que o equipamento estava no apogeu de suas atividades: “O encerramento foi muito bonito, mais de três mil pessoas compareceram. A tristeza bateu quando começaram a retirar refletores, cadeiras… Ainda dava para sentir a vibração do lugar. É preciso votar consciente. Não podemos deixar que nenhum outro equipamento cultural feche na cidade”, defende.
Os atuais gestores são os sócios João Guilherme Magalhães, Luiz Guilherme Niemeyer, João Luiz Niemeyer e André Torós. O grupo firmou contrato com o Jockey Club no mesmo ano e levou seis meses negociando patrocínio com a XP Investimentos. A reabertura do teatro levou dois anos para acontecer. A demora deveu-se à revitalização completa do espaço, com modificações de suas estruturas física, técnica e acústica. Como a fachada é tombada pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade e não poderia ser modificada, a solução encontrada para dar maior conforto ao público foi reformar também a via lateral do imóvel, colocando novo calçamento e cobertura para dias de chuva.
O Teatro XP está fechado desde o início da pandemia e ainda não tem previsão para reabrir. Em sua atual configuração, conta com 366 lugares, um pequeno bar e estacionamento rotativo dentro do Jockey, com entrada pela rua Bartolomeu Mitre. Desde sua reinauguração, em agosto de 2017, a pauta foi bem diversificada, indo de shows de música, peças de teatro adulto e infantil, a humorísticos e eventos corporativos.
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