23 de junho de 2022
UM OUTRO OLHAR PARA O JOCKEY

Quem mora entre o Jardim Botânico e a Gávea está acostumado a olhar para Jockey Club Brasileiro como o espaço de shows, grandes eventos, corridas, jogadores viciados, restaurantes refinados e de barulho (causado pelos grandes eventos). Mas dentro dos 640 mil metros quadrados do Hipódromo da Gávea – que em termos de área, corresponde a um pouco mais do que o bairro do Leblon – há um outro Jockey, de ruas tranquilas e silenciosas, onde vivem famílias que seguem a profissão de seus pais e avós. Ali nas vilas hípicas, do outro lado do prado, circulam mais de três mil pessoas entre moradores, treinadores, cavalariços, proprietários de animais e prestadores de serviços. Uma turma que nasceu e vive para o Jockey e para o que ele tem de melhor: os cavalos. 

Para este público, o Jockey é uma indústria que movimenta muito dinheiro e trabalho. E nesta semana que antecede o Grande Prêmio Brasil, a mais importante competição do turfe brasileiro, o esforço é dobrado, pois todos os holofotes estão virados para o prado e para quem produz este show do hipismo nacional. É o momento de exibir seu animal mais bonito, de encontrar com proprietários de cavalos e de fazer negócio. Um trabalho coletivo, no qual cada um tem sua importância e que começa quando o dia ainda não clareou.

A partir das 4h da matina, começa o movimento dos cavalos seguindo para o Peão no Prado, considerado o coração do hipódromo e onde as equipes se concentram para começar os treinos. Ali fica a entrada da raia, a piscina onde os cavalos fazem exercícios e as duchas para o banho. Na supervisão da pista está Audálio Machado, mais conhecido como Machadinho, com 48 anos de JCB.  Entre as suas tarefas, ele é responsável pela prevenção de acidentes e por checar os refletores assim que chega no Jockey, além de fazer vistoria no equipamento de proteção individual dos jóqueis, que só podem montar com o capacete fechado: “Aqui as regras são importantes e devem ser cumpridas para não gerar multa”, afirma ele, que, atualmente, mora no Rio Comprido e encerra seu expediente às 13h. “Morei aqui por muito tempo. É um ambiente maravilhoso para se viver. Uma rotina saudável”, afirma.

3 Comentários

  1. Ana Maria C. Aleksandrowicz

    Adorei a matéria. Costumava dar uma passeadinha pela vila quando ia comprar remédio na farmácia do Jockey para os cavalos que tinha no antigo clube Floresta. Bom saber que a alma do local continua a mesma . Relevante também para os que amam bichos e querem ensinar aos filhos os necessários cuidados a se ter com os animais. Parabéns pela reportagem.

    Responder
  2. Daniela

    Muito boa matéria. Pra quem passa por ali não imagina todos esses detalhes.

    Responder
  3. Joel Veiga

    Matéria excelente. Mostrando exatamente como é a vida destes profissionais. Muito trabalho mas também muito amor pelos animais. Parabéns a todos!!!

    Responder

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados