Há muito eu ouvia uma amiga falar das maravilhas de praticar canoa havaiana, que ela descobrira recentemente no Vasco, na Lagoa e insistia para eu fazer uma aula experimental: “Você vai gostar, tenho certeza!”. Embora animada com a ideia – adoro novidades! –, eu tinha minhas dúvidas. Achava que o remo pedia um preparo físico melhor e comecei uns treinos antes de fazer a aula experimental. E assim, as semanas foram passando.
Até que um dia acordei bem cedo, vi aquele amanhecer promissor de céu azul e termômetro batendo os 35º C, e decidi: é hoje! E rumei para o Vasco para encontrar a turma da canoa havaiana, às 7h30. Não sei se foi pelos mesmos motivos, mas tinha mais quatro novatas para experimentar a modalidade junto comigo. As veteranas, de diferentes idades, fizeram o comitê de boas-vindas, enquanto o coordenador Bruno explicava a dinâmica da aula.
Eu e a amiga Luize, que sabe das coisas!
E assim, partiu Lagoa!! E sabe o que aconteceu? Foi escandalosamente maravilhoso. Não havia nenhuma dificuldade, era uma questão de posicionar o remo e….remar, todas juntas, em um balé com a coreografia ensaiada. Você conta 10 remadas e ouve o “hip”, e passa o remo para o outro lado. Mais dez remadas e hip”, de novo muda de lado. E assim fomos no ritmo – e eu lembrando de “Procure Nemo” e cantarolando mentalmente “continue a remar” -, até o meio da Lagoa. Sensação indescritível, aquele silêncio, aquela vista para o Cristo, e até a água poluída ganha um outro contexto – muito embora, por conta dos dias sem chuva e do trabalho do Super (Mario) Moscatelli -, o espelho da Lagoa está diferente e bem claro.
O único senão foi quando passamos ali perto do Botafogo de Futebol e Regatas, onde o cheiro do esgoto estava mais forte, mas nada grave, a ponto de estragar o passeio. Era só a realidade batendo no nosso nariz. Pausa para tirar fotos, tomar água e trocar uma ideia. E lá vamos nós de volta, até que Bruno grita “Trilho”. É o gatilho para uma remada mais puxada, que dá uma certa emoção ao treino.
Eu não sei se foi o conjunto da obra, mas, naquela bela sexta-feira de sol, saí do Vasco e fui pedalando até a praia, dei um mergulho, voltei, fiz duas reuniões seguidas e continuei com um pique admirável para quem tinha acordado às 6h da manhã e feito tanta coisa. Energia pura e prazer incontestável. Só faltou dançar o hula hula, tradicional dança havaiana.
Dançaremos o hula hula e cantaremos o yê yê yê…. com você.