28 de setembro de 2023
DENISE CRISPUN E SUA ESCRITA MULTIFACETADA

Foto: Luca Belfort

Não é segredo que o Jardim Botânico e seus cantinhos servem de inspiração para boas histórias. E Denise Crispun sabe bem disso. Há quatro décadas no bairro, a carioca de 63 anos já se aventurou em diversos segmentos no mundo da escrita. Começou com teatro infantil, passou para os livros e seguiu  para TV com séries e até novelas. “No início da minha trajetória, fiz muitas peças infantis, mas acabei mergulhando de cabeça no universo televisivo. Escrevi para programas de variedades, humor, infantis e cheguei a fazer duas novelas para a Record: ‘Luz do Sol’ (2007) e ‘Bela, a Feia’ (2009)”, lembra a roteirista.

Peça “A Cigarra e a Formiga”, com texto de Denise.

Atualmente Denise está curtindo a fase escritora, com sua última obra, “Furiosamente calma”, que reúne 49 contos sobre cenas cotidianas e surpreendentes. “Tem contos escritos nos anos 1990 junto com outros mais recentes. A Carol Machado começou a ler e as histórias ganharam vida e vai virar peça em 2024. Não é só literatura, é audiovisual também”, comenta. Publicado em 2022 pela editora Numa, o livro vai ganhar um lançamento, dia 12 de outubro, às 19h, na Travessa de Lisboa no bairro de Príncipe Real.  O convite foi feito por Rui Campos, dono da livraria. “Quando inaugurou, eu fiz uma apresentação, onde explicava as livrarias para as crianças. Foi ótimo! Fiz quase todos os lançamentos dos meus livros lá”, afirma Denise Crispun.

Lançamento de “Furiosamente calma”, na Livraria Janela.

Para ela, é difícil escolher uma área de trabalho favorita. “A minha vida é um pouco cíclica. Quando estou fazendo TV, sinto falta do teatro. Se eu fico muito tempo fazendo coisas mais adultas, sinto falta das crianças. Vou sempre girando” – brinca a moradora, que vive aqui desde pequena e criou sua filha na região, também cercada pela família.

As experiências do dia a dia servem de combustível para as criações de Denise, que gosta de aproveitar as delícias que o Jardim Botânico proporciona. Integrante da diretoria do “Suvaco do Cristo”, ela recorda, sem nostalgia, quando os amigos costumavam se encontrar, depois da saída do bloco, na extinta “Adega do Porto”, na rua Maria Angélica. “A gente frequentava muito.  Já fiz muitas reuniões de trabalho no Parque Lage, mas hoje é meio impossível, o parque anda lotado!”,  comenta a moradora que também é amante das feiras do bairro, especialmente a de sábado, na rua Frei Leandro. Com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), a relação é mais emotiva, já que era um programa que passou por gerações da família. 

Denise e a turma fundadora do  Suvaco do Cristo

– Minha mãe me levava para passear no parque quando eu era criança e eu repeti com a minha filha. A Elisa, quando pequena, gostava de conversar com o Waly Salomão entre as árvores – conta a escritora, que não esconde o sonho de, um dia, poder mergulhar na Lagoa Rodrigo de Freitas. “Ia ser o máximo”.

Sem planejar muito o futuro, Denise Crispum tem alguns projetos na agenda. Um deles é uma série para TV que retrata uma família judaica no Rio de Janeiro. “A ideia é que os protagonistas tenham uma vida imperfeita e o programa tenha apenas oito episódios. Já fiz séries de comédia e agora chegou a hora de dar esse outro passo”, conclui Denise. 

Fotos: Acervo pessoal

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