11 de maio de 2023
O PARAÍSO DE FERNANDA GRAELL

“Ser mãe é padecer no paraíso” diz o ditado popular. Não se sabe ao certo quem é o autor da frase, que vez ou outra é lembrada em alguma roda de conversa.  E para quem tem gêmeos, a dose é dobrada??  Não para a jornalista Fernanda Graell, 45 anos, que além de ser mãe de Joana e Marina, com 14 anos, é também do Pedro, com oito. Para ela, a maternidade é uma grande experiência e aprendizado. “Foi um presentão e ver minhas filhas crescendo e evoluindo é  uma grande aula de relacionamento. Um estudo  que passa pelo ciúme, a camaradagem e  a definição da personalidade de cada uma”, afirma Fernanda, completando.  “E não tem essa de que se uma chora, a outra chora em seguida. Esta regra só vale para doença, aí sim, se uma pega o resfriado, logo estão todos gripados”, alerta. 

Como toda jornalista, Fernanda, não tem um horário fixo de trabalho, mas normalmente consegue entrar na parte da tarde na TV Globo, onde é repórter da editoria Rio. Isso permite usar a manhã para organizar seu dia e levar os filhos às outras atividades, como as aulas de Pedro no projeto Chutebol,  no Clube Militar e tomar ou tomar açaí no Pin Pin com as filhas. Moradora do bairro há 13 anos próximo ao Parque Lage –  depois de uma passagem pelo Horto -, ela adora essa facilidade de circulação que a região permite, fazendo tudo que pode a pé.  “Minha mãe morou na Joatinga a vida inteira e lá tinha que se usar carro para ir à padaria, ao supermercado. Aqui eu vou para o trabalho a pé, me exercito na Lagoa e ainda posso pegar uma bicicleta e rapidamente chegar ao Leblon. Nada de carro”,  afirma. 

Para ela, o Jardim Botânico é muito bem localizado e oferece muitas opções de restaurantes, comércio, com todo esse verde todo ao redor.  “Só falta um metrô, para desafogar o trânsito de quem passa pela região”, alerta.  Fernanda mora na “divisa” – antes ou depois do Parque Lage – e confessa circular mais pelo começo da rua JB, pela Maria Angélica, onde costumava levar as meninas para comprar baguete na padaria  Le pain du lapin.  Do lado da Visconde da Graça, frequenta o Nanquim e sente falta do japonês BuddaRio, que agora só atende como delivery. Sem falar no trabalho, “que é a parte mais relevante do meu dia”, brinca.  

Foi na Janela, livraria do bairro, que ela lançou o livro “Iguais, mas nem tanto“,  sobre gemelaridade, tendo como personagens as próprias filhas. “Quando elas tinham dez anos eu comecei a escrever pequenas passagens delas, casos curiosos.  E no aniversário de 12, fiz um post para cada uma no Instagram e isso chamou a atenção.  A partir daí, eu comecei a ser convidada para dar palestras e participar de encontros voltados para mães.  Até que um dia a Isa Colli, dona da editora, brincou dizendo que só faltava o livro e eu mostrei os rascunhos. Não demorou muito para ter o livro pronto.”, conta a jornalista, 

A gemelaridade é um assunto que encanta Fernanda, que sonhava ter gêmeos, mesmo sem ter casos na família ou mesmo questões com infertilidade entre ela e o pai das crianças, o jornalista Chico Walcacer. “Foi obra do destino mesmo”, diverte-se, confessando, em seguida, ter ficado um pouco preocupada que a história se repetisse quando estava grávida de Pedro. Aliás, a relação do caçula com as irmãs, mereceu um capítulo inteiro no livro. 

“Elas tem verdadeira adoração pelo irmão, cuidam, orientam e dão bronca também.  Faz parte. E acho que ele é um pouco maduro para a idade, por conta desta convivência. Acaba absorvendo naturalmente. E ele é totalmente apaixonado por elas”, diz. 

Fernanda entrou para a Globonews como estagiária, em 2000, depois de uma breve passagem pela TV Brasil.  Seguiu para a Globo, onde trabalha na editoria Rio cobrindo o que aparece, não só para o jornal local, mas também para os jornais de rede, de veiculação nacional.  Algumas matérias suas se destacam pela aventura, como a série Mirantes do Rio, no  aniversário da cidade, este ano, em que percorreu três trilhas, na Zona Norte, Zona Sul e Zona Oeste. A do Pico Agulhinha do Inhangá, em Copacabana, foi tão difícil, que alguns membros da equipe desistiram no meio do caminho, mas ela se manteve firme até o final. “Foi dureza”, recorda.  

Outra pauta que atrai a jornalista é focada em direitos humanos e acabou rendendo o quadro SOS Mulher, no Bom Dia Rio.

“Precisamos falar cada vez mais sobre a violência contra a mulher, porque é um ciclo que vai crescendo até chegar ao feminicídio. É importante alertar para que ele possa ser identificado a tempo”, alerta a jornalista.

A próxima série, que já tem nome e está em finalização, é sobre profissões que se doam pelo bem do outro. “Vamos entrevistar, entre outros, técnicos de redes de alta tensão e outros, que arriscam a vida para que a cidade não pare”,  finaliza.

Carnaval também é um assunto que empolga Fernanda, que costuma cobrir os desfiles na Sapucaí. Quando não está de plantão, ela até mostra seus dotes de passista, como madrinha do Bloco Areia, no Leblon, onde desfilou este ano.  Mas nada se compara ao sossego da sua casa, no Jardim Botânico e nem o trânsito da via principal incomoda. 

“O melhor de tudo é chegar em casa e estar rodeada pelo verde e por vários cartões postais do mundo. Eu abro a janela e vejo o Corcovado, o Parque Lage, a Lagoa. E eu e minha família aqui, no Suvaco do Cristo. Este é o meu bairro. Não tem prazer maior.”, reflete.

1 Comentário

  1. Izaquel Bernardo dos Santos

    F.Grael é parente dos graeus dos barcos?

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